| Adriel de Souza Maia, Bispo da 3? Regi?o Eclesi?stica. H? um ano est?vamos numa grande movimenta??o, levando-se em considera??o a realiza??o do 18? Conc?lio Geral da Igreja Metodista que aconteceu em sua primeira etapa (no per?odo de 10 a 15 de julho de 2006) nas depend?ncias do Sesc de Aracruz, Esp?rito Santo. O momento alto e significativo do conclave foi a aprova??o do Plano Nacional Mission?rio para o q?inq??nio 2007/2011, contendo as bases para a a??o mission?ria da Igreja Metodista no solo brasileiro. O presente Plano objetiva "produzir um zelo evangelizador na vida de cada metodista, de cada igreja local". |
Nessa linha de pensamento, o Plano refor?a o papel mission?rio da igreja local apontando a import?ncia de convergir esfor?os, visando a "Fortalecer e promover a a??o da igreja local como comunidade crist? de dons e minist?rios, inserida no mundo".
Nos documentos anteriores j? destac?vamos que: "somente a miss?o justifica a presen?a da Igreja no mundo". Portanto, a raz?o de ser da Igreja ? cumprir o mandato mission?rio de Jesus Cristo. Por isso, Jesus iniciou o seu minist?rio terreno trazendo ? mem?ria as palavras prof?ticas de Isa?as: "O Esp?rito do Senhor est? sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar as boas novas aos pobres, Ele me ungiu para proclamar liberdade aos presos e a recupera??o de vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano aceit?vel do Senhor" (Lucas 4. 18).
Essas palavras vividas por Jesus Cristo certamente mexem e remexem conosco e, consequentemente, levantam uma grande quest?o: qual tem sido a prioridade da igreja local? O Col?gio Episcopal, avaliando a caminhada da Igreja, sublinhou: "dar prioridade ?s a?es ministeriais que ocorrem na igreja local, pois esta ? a base mission?ria. Foi na igreja local de Jerusal?m que tudo come?ou. Ali, movidos pelo Esp?rito Santo, passaram a assumir diferentes desafios. Ser Igreja Mission?ria importa assumir hoje, com intensidade, a nossa Jerusal?m. Onde fica a nossa Jerusal?m? Nossa Jerusal?m ? o primeiro limite mission?rio em que est? colocada a nossa igreja local. ? o nosso bairro ou nossa vila, ? onde moramos, trabalhamos. Onde as pessoas nos conhecem muito bem e podem conferir, pela conviv?ncia, qual ? o efeito pr?tico do evangelho em nossa vida. Se somos honestos e justos em nossos neg?cios, se somos verdadeiros no nosso falar, se demonstramos amor ?s pessoas concretamente. ? tamb?m o limite onde, como igreja local, atuamos. Ali, o povo do nosso bairro, vila ou cidade precisa ver e sentir o amor em servi?o que o Esp?rito nos impulsiona a realizar em favor dos que sofrem".
Quando se levantam os olhos para as cidades que conhecemos em seus bairros, favelas, agrupamentos etc., percebem-se que, a
espeito da miss?o ser a raz?o de ser de nossas diversas igrejas locais, muitas delas cederam ? tenta??o de parar. E muitas delas, sem d?vida, est?o paradas no tempo e no espa?o, vendo a banda passar e parecendo estar sofrendo de uma amn?sia da raz?o de sua exist?ncia. Pararam no espa?o: ao redor delas, bairros, favelas e agrupamentos residenciais cresceram e se desenvolveram; diversos benef?cios comunit?rios foram implantados, enfim, o progresso chegou. Por?m, algumas igrejas est?o l?, ano ap?s ano, fechadas em si mesmas, isoladas dentro de suas grades, indiferentes ao que est? acontecendo l? fora – e apenas conservando o que t?m com muitas dificuldades. E pararam no tempo, porque n?o utilizaram seus instrumentos de comunica??o, vivendo o passado conservador, desconhecendo a linguagem, as necessidades e as car?ncias que estampam ao derredor. A relev?ncia da Igreja est? na sua capacidade em responder aos desafios da miss?o no tempo presente com flexibilidade, com criatividade e com compet?ncia espiritual sem perder o foco da mensagem de ser uma comunidade Cristoc?ntrica, Pneum?tica e Mission?ria.
Acontece ainda o seguinte: esta tenta??o de parar imobiliza a miss?o e contraria a din?mica de Jesus Cristo, como seu Corpo Vivo. Nessa senda, n?o se leva em considera??o o desafio mission?rio de Jesus: "E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda a sorte de doen?as e enfermidades. Vendo ele as multid?es, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que n?o t?m pastor. E, ent?o, se dirigiu aos seus disc?pulos: A seara, na verdade, ? grande, mas os trabalhadores s?o poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (Mateus 9. 35-38). O Esp?rito Santo est? distribuindo os Seus dons mission?rios e equipando todas as pessoas para a miss?o. No entanto, Ele aguarda nossa receptividade, ou seja, transformar os dons em minist?rios concretos no dia-a-dia da nossa caminhada mission?ria.
? importante sublinhar o apelo contido no referido Plano: "Em nossa responsabilidade social, educar a Igreja a se envolver em iniciativas mission?rias de servi?o solid?rio junto ? vida do povo, especialmente aos que foram privados de seus direitos como pessoas. Ser comunidade que resiste a aspectos anticrist?os: investir contra o individualismo, o consumismo, o desprezo aos valores ?ticos, ? viol?ncia, ? intoler?ncia religiosa e toda a forma de exclus?o que produz injusti?a, corrup??o, impunidade, fome e mis?ria. Procurar conhecer o modo como a organiza??o e institui?es se articulam, tendo disposi??o e compet?ncia para afetar as causas dos problemas. Denunciar situa?es que oprimem, em especial a pen?ria e a mis?ria em que vivem os pobres, Anunciar e proporcionaresperan?a. Tomar posi??o frente aos problemas do Pa?s. Apoiar a?es que privilegiem a vida."
A Igreja de Jerusal?m tinha como comunidade: proclama??o, servi?o, camaradagem, instru??o e adora??o. Por?m, estava presa, conservando a tradi??o judaica: isolamento, separa??o e nacionalismo bairrista. Surge ent?o a persegui??o, obrigando-a a desinstalar-se e sair dentro de si mesma.
? tempo de a??o mission?ria! As igrejas locais, espalhadas nas diversas cidades do nosso pa?s, precisam ser agressivas, animadas e valentes, nos termos das orienta?es do Plano Nacional Mission?rio. E devem s?-lo por mandato mission?rio dado pelo pr?prio Cristo: "Assim como o Pai me enviou, eu tamb?m vos envio. E, havendo dito isto soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Esp?rito Santo" (Jo?o 20. 21-22). essa linha, a igreja local ser? um espa?o de adora??o, piedade, miseric?rdia e acolhimento.


