? recente pol?mica sobre a restaura??o dos bispos lefrebvistas e a anterior sobre os mu?ulmanos, agora surge forte oposi??o ?s declara?es de Bento XVI contra o uso de preservativos, ?s quais agregou a de que o condom agrava o problema da AIDS.
Tr?s governos reagiram rapidamente ao que disse o Papa. A Fran?a, a B?lgica e a Alemanha n?o dissimularam sua surpresa e preocupa??o pela posi??o papal. A Espanha decidiu enviar um milh?o de preservativos ao continente africano.
Evidentemente tamb?m se op?em a elas personalidades cient?ficas, especialmente as relacionadas com a medicina, e os organismos de luta contra a epidemia da AIDS. A todas estas declara?es de oposi??o e at? de estupefa??o quanto ?s palavras de Bento XVI ajuntam-se muitos cat?licos e cat?licas.
O Papa revelou sua posi??o ao falar aos bispos de Camar?es, o que fazia parte da agenda de sua viagem ? ?frica. Sua declara??o foi a de afirmar que a AIDS n?o se supera com a distribui??o de condons e que a ?nica solu??o ? a "humaniza??o da sexualidade".
Um despacho da EFE, na quarta feira, dia 18 de mar?o, registra que o governo franc?s expressou sua "grande inquieta??o" – pela mensagem do Papa Bento XVI – e pelas consequ?ncias que possam ter na luta contra a AIDS, pois mensagens deste tipo "p?em em perigo as pol?ticas de sa?de p?blica", segundo declara?es de um portavoz do minist?rio franc?s do Exterior, e que a Fran?a considera ser "o preservativo um elemento fundamental nas a?es de preven??o da transmiss?o do v?rus da AIDS" juntamente com a informa??o, a educa??o e o diagn?stico precoce.
O referido despacho da EFE menciona que a Associa??o Alemanha de Ajuda contra a AIDS (DAH) acusou o Papa de "pecar contra toda a humanidade" por suas palavras contra a camisinha. "? vista da dor multitudin?ria que a AIDS causa na ?frica, a rejei??o categ?rica aos condons por parte do Vaticano ? um ato de cinismo e de desprezo da humanidade", assinala um comunicado da DAH.
Outra organiza??o, Actionaid, qualificou de "cegas e desafortunadas" as palavras de Bento XVI, e menciona que investiga?es cient?ficas e sociais atestam que os "preservativos podem proteger aos mais vulner?veis e, portanto, salvar vidas". Por seu lado, a Esquerda Unida da Espanha acusou a Igreja Cat?lica Romana de "converter-se em uma colaboradora (da transmiss?o) da AIDS e de seu terr?vel impacto no Terceiro Mundo".
Outras declara?es foram as do Fundo Mundial de Luta contra a AIDS, a Tuberculose e a Mal?ria, que dizem serem inaceit?veis as palavras do Papa.
Um comunicado do Minist?rio da Sa?de da B?lgica, diz que a ministra da ?rea, Laurette Onkelinx, "ficou estupefata ao saber das declara?es" do Papa e que seu coment?rio "poderia destruir anos de preven??o e conscientiza??o e p?r em perigo muitas vidas humanas".
O New York Times comentou o assunto em um editorial no qual disse estar o Papa "lamentavelmente equivocado". "Vive o Papa no s?culo 21?", perguntou Alain Fogue, de Camar?es, integrante do MOCPAT, uma organiza??o que trabalha com pessoas infectadas pela AIDS.
O Bispo Hans Jochen Jaschke n?o fez menos que declarar publicamente sua oposi??o ao Papa, dizendo que "quem est? enfermo com AIDS e ? sexualmente ativo deve proteger aos outros e a si mesmo". A surpresa tamb?m chegou ? Uni?o Europ?ia, cuja Comiss?o Executiva disse que "o preservativo ? um dos elementos essenciais na luta contra a AIDS", cuja a??o preventiva est? confirmada por provas cient?ficas. + (PE)
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Tradu??o: S?rgio Marcus Pinto Lopes
