Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

Pastores demais ou uma igreja que não cresceu.

Irmãos e irmãs volto a refletir com vocês sobre algo que tem me inquietado nestes últimos tempos. O crescimento de nossa Igreja. Olhando para a Historio dos evangélicos no Brasil vemos que muitos chegaram mais ou menos juntos conosco. Presbiterianos, Batistas e Assembléia de Deus, que veio em 1910 iniciando pelo norte do País. Mas isso não seria problema se eles não estivessem tão em nossa frente. Quantos membros têm os Presbiterianos? Os Batistas? A Assembléia de Deus? Quantos? E os Metodistas? Quantos membros somos? Somos afiados em criticar os outros. Mas... e nós? Por que somos um grupo tão pequeno? Nossos pastores e pastoras são bem preparados em teologia, filosofia, etc. Muitos são mestres ou doutores em religião. Não tenho nada contra. Mas e o nosso crescimento? Onde ficou? Que tipo de linguagem estamos usando na comunicação da tão propalada graça de Deus que defendemos em nossos documentos? Não seria o caso de repensarmos até mesmo os rumos para onde estamos indo? Será que não estaríamos sendo uma Igreja de muitos documentos, bons discursos e pouca prática da fé que anunciamos? Queridos, os nossos documentos, incluindo a legislação canônica, são excelentes e abundantes.

   Mas por que não crescemos? Não seria o caso de termos a coragem de parar para rever nossa teologia? Sim. Por que não? Preocupa-me o fato de ver cidades importantes em nosso País sem nenhuma Igreja Metodista e quando estamos nessas cidades, estamos há quase ou mesmo há um século com uma só Igreja quando poderíamos ter muitas outras. Onde está o fervor evangelistico que Wesley, nosso fundador ensinou? Tenho percebido ao ler wesley, que de wesley até nós nos perdemos na caminhada. Hoje perdemos muito tempo discutindo a teologia wesleyana, porém não notamos que estamos muito longe dela. Noto que falamos uma língua que ninguém entende. Respondemos a perguntas que ninguém está fazendo.

    Com isso ficamos girando em circulo. Os outros crescem e nós estamos ficando a quilômetros de distância. Sou de uma época em que os pastores eram incentivados a fazerem campanhas vocacionais em seus cultos para despertarem jovens para o Ministério pastoral. Hoje eu tenho a clara sensação de que vamos ter de fazer vestibular não somente para entrarmos na Faculdade de Teologia, o que já existe, mas para entrarmos no ministério pastoral. Não há mais vagas para os pastores que estão chegando. Mas espere! Se for Deus quem chama, quem vocaciona, então por que não tem Igrejas para absorver esses obreiros (as)? Deus está chamando muita gente ou nós estamos trabalhando muito pouco e de maneira equivocada a ponto de não sabermos mais o que fazer com os que estão sendo chamados por Deus para a sua obra? Queridos, mesmo sabendo que muitos não vão concordar comigo, nesse caso fico com a segunda opção. A Igreja Metodista, com o passar dos tempos deixou a sua verdadeira missão e focou suas ênfases para lados errados. Há uma vergonhosa tendência em descartar o quanto for possível, um maior número homens e mulheres que Deus está chamando para o pastorado. Estão colocando dificuldades para ser pastor. Vejam algumas decisões do último concílio Geral, por exemplo. Criam-se dificuldades para o pastor ser pastor. Dizem que estão tentando moralizar o quadro pastoral.

    Isso não convence. Apenas deixa evidente que não crescemos o suficiente para absorvermos os novos pastores que chegam. Deveríamos nos corar de vergonha diante dessa situação. Tentam mexer no sustento dos pastores sempre nivelando para baixo ao invés de pensarem em dignificar esses profetas do Senhor. Somos bons em criticar os outros. Especialmente àqueles que nos deixaram e ainda estão nos deixando para trás. Mas vergonhosamente, somos tão pequenos no Brasil que nem conseguiram enquadrar-nos em números estatísticos.

Como Deus é fiel e não falha, continuou fazendo seu trabalho de chamar obreiros (as). Mas não fizemos o dever de casa, não temos onde colocar esses (as) obreiros (as). Temos sim, de rever nossos conceitos a partir de uma reavaliação sincera e partirmos para o crescimento da Igreja. Não estou com isso dizendo que não devemos ter critérios para ingresso no pastorado. Isso é obviamente necessário.Porém devemos crescer para acolhermos àqueles (as) que Deus está chamado. Se crermos em uma coisa temos de crer na outra. Se crermos que Deus chama, temos de crer também que devemos ter lugar para essa gente trabalhar. Ou então estamos numa incoerência sem precedentes na história da fé cristã.

Não há excesso de contingente no quadro pastoral. Há sim, falta de Igrejas. Não crescemos. Ficamos parados no curso do tempo discutindo as "nossas teologias" e não fizemos novas Igrejas. Temos de acordar enquanto é tempo, sob pena de nos extinguirmos dentro de alguns anos. Que Deus nos ajude a ver antes que seja tarde demais. Existem teólogos dentro de nossa Igreja que defendem a tese de uma Igreja pequena. Somos uma Igreja Pequena, dizem. Que absurdo!

Pequenos até quando? Nossas congregações nascem e não passam de congregações a vida toda. Temos medo de investir na mídia, etc. Nossos membros são expectadores nos cultos e não formadores de discípulos. Mudemos o nosso foco meus irmãos e minhas irmãs. Sejamos uma Igreja grande em qualidade. Mas sejamos também uma Igreja grande em quantidade. Sem isso não há nem como sustentar a nossas ainda tímidas frentes missionárias e muito menos o ministério pastoral. Tenhamos condições de absorver os novos obreiros sendo uma grande Igreja. Para isso temos de crescer. Sim Crescer é a palavra de ordem para a Igreja Metodista neste momento. Amém.

 

Rev. Jesué Francisco da Silva (pastor em Lins-SP)


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