premio nobel da paz










 











 



NOVA D?LHI (Reuters) – Para um homem que talvez tenha feito mais do que qualquer outro para ajudar a tirar as pessoas da mis?ria, Muhammad Yunus n?o se desculpa por n?o dar esmolas a mendigos.


Yunus ? o fundador do Grameen Bank, que concedeu mais de 5,7 bilh?es de d?lares em microcr?dito para bengaleses pobres, fornecendo uma b?ia de salva-vidas para milh?es de pessoas e um modelo de banco que foi copiado em mais de 100 pa?ses, dos Estados Unidos a Uganda.


Mas a filosofia de Yunus ? a de ajudar os pobres a se ajudarem: d? a um homem um peixe e voc? o ajuda por um dia, mas ensine-o a pescar e voc? o ajuda a vida toda. Por isso, ele nunca responde quando um mendigo cego ou aleijado, ou quando uma m?e com um beb? nos bra?os, estendem a m?o em busca de um trocado.


“Eu me sinto mal, ?s vezes, eu me sinto horr?vel, por negar algo a essa pessoa. Mas eu me contenho. Nunca dou nada a eles”, disse Yunus ? Reuters em uma entrevista feita em 2004 em seu escrit?rio na diretoria do Grameen. “Eu preferiria resolver o problema do que apenas lhes dar uma ajuda e cuidar deles por um dia.”


Esse professor de Economia, que junto com seu banco ganhou o Nobel da Paz deste ano, vem tentando solucionar o problema desde 1976, quando emprestou o equivalente a 27 d?lares para 42 mulheres em uma vila perto de sua casa, na cidade portu?ria de Chittagong.


As mulheres deviam a agiotas que lhes cobravam taxas extorsivas, e o objetivo inicial de Yunus foi o de convencer um gerente do banco local a dar a essas mulheres um cr?dito regular. Mas o banco disse que isso era imposs?vel sem uma garantia.


Yunus ent?o decidiu mostrar que eles estavam errados. O Grameen –o nome significa vila em bengal?s– hoje desembolsa dezenas de milh?es de d?lares por m?s para 6,6 milh?es de pessoas, das quais 96 por cento s?o mulheres.


“Estou muito feliz por ter continuado e porque isso cresceu e virou uma institui??o e realmente provou seu valor”, afirmou Yunus. “Fizemos algo que colocou uma interroga??o em todo o sistema banc?rio. Os bancos nunca mais ser?o os mesmos.”


FOME MUDOU SUA VIDA


Nascido em 1940 em Chittagong, o centro comercial do que era ent?o o leste de Bengala, ele ? filho de um ourives que teve 14 filhos –sendo que cinco morreram ao nascer.


Uma fome devastadora que atingiu Bangladesh em 1974, deixando centenas de milhares de mortos, mudou sua vida para sempre. Uma viagem ? universidade naquele ano o fez questionar se as teorias econ?micas modernas poderiam realmente dar justi?a social aos pobres.


“Enquanto as pessoas morriam de fome nas ruas, eu ensinava teorias elegantes de economia”, disse ele a Alan Jolis, co-autor de um livro sobre a sua vida, “The Good Banker”, em um artigo publicado em 1996 no jornal brit?nico Independent on Sunday.


“Comecei a me odiar, (a odiar) a arrog?ncia de fingir que tinha respostas”, acrescentou. “N?s, professores universit?rios, somos t?o inteligentes, mas n?o sabemos absolutamente nada sobre a pobreza que nos cerca. Eu decidi ent?o que os pr?prios pobres seriam meus professores.”


N?O CHORE PELOS POBRES


Yunus tem orgulho de que o microcr?dito tenha se espalhado pelo mundo. Se os pobres tiverem o mesmo acesso ao cr?dito que os ricos, eles v?o prosperar, diz.


“Deixe com as pessoas”, afirmou ? Reuters. “Elas podem tomar conta delas mesmas. Voc? n?o precisa derramar l?grimas por elas. Elas s?o muito capazes.”


O Banco Grameen recupera quase 99 por cento de seus empr?stimos e os seus clientes n?o precisam de garantias. Todas as transa?es s?o feitas em reuni?es p?blicas semanais em um pa?s em que a corrup??o ? end?mica. O Grameen d? empr?stimos livre de juros para os muito pobres.


“Por que os pobres n?o deveriam ter acesso aos servi?os financeiros? Por que a tecnologia da informa??o deve ser privil?gio exclusivo dos ricos? Por que n?o projetar coisas para os pobres?”, pergunta Yunus.


Yunus desafia os cr?ticos, que dizem que seu banco d? empr?stimos muito pequenos, e insiste que n?o est? lan?ando uma guerra contra os ricos, mas que apenas est? ajudando os pobres.


“N?o me importo se os ricos ficarem mais ricos. Isso n?o me incomoda. O que me preocupa ? os pobres ficando mais pobres e n?o enriquecendo”, diz.


“Se houver v?rios Bill Gates no pa?s, n?o me importo. Levantar a base da sociedade ? o mais importante.”


(Escrito por Alan Wheatley e Simon Denyer)

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