Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

programação aaafro


No Brasil em 225 municípios o dia 20 de novembro será feriado. Na Alemanha, dia 25 de novembro será o pré-lançamento do dia Internacional da Consciência Negra, inspirado em nosso herói Zumbi dos Palmares, junto com a criação da primeira agência de comunicações Indígena e Afro no continente Europeu.
Mas o movimento de resgate de dignidade das pessoas afro-brasileiras não é novo nas igrejas metodistas e no contexto evangélico. Assim lembramos de algumas  pessoas e grupos afro-metodistas que estão há dezenas de  anos de caminhada como: Rev. Antonio Olímpio Santana, que há mais de 20 anos atua em várias instâncias, sendo um dos fundadores do CENACORA - COMISSÃO ECUMENICA NACIONAL DE COMBATE AO RACISMO; Bispo Luiz Vergílio, da 2ªRE, no Rio Grande do Sul; Maria da Fé Viana, referência nacional metodista e coordenadora do Fórum de Mulheres Negras Cristãs do Rio de Janeiro; o Coral Resistência Negra, sob a regência do Maestro Moisés Rocha; os irmãos e irmãs da Igreja Metodista em Sorocaba que atuam não só dentro da Igreja mas influenciaram e ainda influenciam fortemente  o movimento negro  da cidade. Teríamos muitas mais personalidades negras e iniciativas  importantes que merecem destaque por sua contribuição no contexto metodista.
E na  3ªRE, na década de 1980  houve a primeira iniciativa da Pastoral, sob a liderança da Pra. Maria de Jesus e mais recentemente vem atuando o Ministério de Ações Afirmativas Afro-descendentes - AA-AFRO-3ªRE.
 
Esses movimentos têm procurado denunciar que o racismo  ainda impera em nossa sociedade, e dentro das igrejas, e tem sido expresso muitas vezes de forma tão natural e sutil, como, em outras vezes, de forma violenta. E,  de forma profética, têm declarado que o preconceito e o racismo não são aprovados por Deus. É pecado. Não podemos continuar fazendo de conta que não existe, de que "somos em Cristo todos iguais"  porque não é esta realidade vivida por quase metade da população brasileira. Lemos  na Bíblia e cantamos com muita sinceridade nos cultos: "se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar". Mas somente podemos ser perdoados quando reconhecemos a realidade do pecado. E o fato de não reconhecermos não significa que não estamos pecando.
 
Esperamos que as igrejas metodistas possam  fazer do dia 20 de novembro um dia de jejum e oração pela superação do nosso preconceito em relação às mulheres, aos homens, às crianças e à juventude  negra e ...pelas "coisas de negro"; que saiamos do lugar de juízes que condena contrariando a ordem de Cristo que nos alerta para não sermos juizes, mas sim cumpridores de sua palavra.
 
Esperamos que  as igrejas metodistas  parem no Dia da Consciência Negra para uma reflexão com a disposição para perceber a realidade do racismo presente em relação aos irmãos/ãs negros/as na sociedade e nas igrejas; que percebam a realidade de exclusão e de violência em que vive a maioria das pessoas negras, vítimas de um lugar social desprivilegiado, estão expostas à violência policial apenas por ser negro/a, ao crime e ao tráfico de drogas, ao mau atendimento nos serviços de saúde, e à exclusão educacional. à exclusão do emprego por causa do critério da  "boa aparência" (estética branca).

 
Não podemos mais continuar apontando algumas exceções para negar uma realidade maior. Não podemos mais continuar achando que alguns negros têm alma branca e somente este são dignos. Nós negros e negras metodistas não podemos mais continuar reproduzindo o preconceito que também nós desenvolvemos por tudo o que é de negro. Muitas vezes escondemos nosso preconceito por trás de um  discurso de santificação que contraria o modelo de Cristo que conversou com a mulher samaritana, curou a mulher síria, participou da festa do casamento, enfim andava com o povo.
 
A Igreja Metodista tem declarado em seus documentos que repudia o preconceito e a discriminação   racial bem como o respeito às culturas dos povos e a tolerância religiosa.
Mas, depende do nosso reconhecimento da necessidade de confessarmos os nossos pecados etno-raciais, enquanto igrejas, sem o que nossos cultos podem não agradar a Deus.
O mês de novembro é  o tempo que Deus nos proporciona para a reflexão e constrição porque a população africana e afro-brasileira sofreu  o maior crime contra a Humanidade durante quatro séculos e ainda sofre as conseqüências deste processo  social e político e religioso. As igrejas protestantes se omitiram na época da abolição. No atual contexto as igrejas metodistas têm a oportunidade falar e agir como os profetas  denunciando e ajudando  ajudando a construir novas relações dentro de seu próprio contexto e na sociedade.
(Diná da Silva Branchini)
 
PROGRAMAÇÃO DO MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA
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Escola Dominical na IGREJA METODISTA EM PIRITUBA
12 de novembro:  Diálogo sobre as questões raciais e nossa prática religiosa.
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PROGRAMA IGREJA METODISTA EM SOROCABA
18/11: 18:00 hs. Exposição: Dia Nacional da Consciência Negra
.Apresentação do Grupo vocal Angolano SANGULUKA
. Palestra/Aula com o tema: RELIGIÕES DA ÁFRICA
. Expositor Prof. Ademir Barros dos Santos: integrante
do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira - NUCAB;
responsável pela Câmara de estudos da cultura africana
da Universidade de Sorocaba - UNISO
19/11 das 09:00 às 10:00 hs: Celebração com a participação do Grupo
Vocal SANGULUKA
Escola Dominical
19:00: Culto de Louvor a DEUS com Mensagem Pastoral
Participação do cantor convidado Joel da Cruz "spiritual"

Estarão presentes membros do Ministério de Ações Afirmativas Afro-descendentes da Igreja Metodista

A sua presença aos eventos será muito importante para nós.
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Dia 19 - às 19 h - CULTO NA IGREJA METODISTA EM VILA MARIANA,  com a temática da Consciência Negra, com a participação do Ministério.
 
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Dia 25 - Encontro AA-AFRO CULTURAL-METODISTA: SUSPENSO
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Programa-se também para estes eventos:
 
Dia 20 - Marcha  Negra marca o Dia da Consciência Negra em São Paulo exigindo ações afirmativas.
Com o envolvimento de cerca de  30 entidades do movimento negro paulista a  marcha  negra visa chamar a atenção da população e das autoridades para as desigualdades sociais que sofre a população negra e reivindicar seus direitos de usufruir com igualdade e dignidade a cidadania.
Dia 20 de novembro a  partir das 12h, no vão do Masp, na Paulista seguirá em direção ao Parque Ibirapuera.
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 Dia 24 - III Sou Show Afro  (sexta-feira) às 19h30
Local: Salão Nobre da Faculdade de Teologia da I. Metodista - Campus Rudge Ramos
Rua Alfeu Tavares, 149 - Rudge Ramos - SBC/SP.
(PROMOÇÃO: AFTAIMS - ASSOCIAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS DA UMESP).


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