reflexão pastor nilson

Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais…


  
Pra quem cresceu acostumado com a id?ia de que "Lula" era sin?nimo de socialismo, de esquerdismo, de protesto, movimento e passeata, ?, realmente, intrigante saber de suas ?ltimas declara?es diante de empres?rios e intelectuais ao receber o pr?mio "Brasileiro do Ano" da revista "Isto?" na cidade de S?o Paulo.


Segundo a "Folha Online" (www.folha.com.br acesso em 12.12.2006) o presidente declarou que a esquerda ? uma ideologia tipicamente da juventude, e satirizou, “Se voc? conhece uma pessoa muito idosa esquerdista, ? porque est? com problema”… “Se voc? conhecer uma pessoa muito nova de direita, ? porque tamb?m est? com problema”. O Presidente argumentou que, com o passar dos anos, “Quem ? mais de direita vai ficando mais de centro, e quem ? mais de esquerda vai ficando social-democrata, menos a esquerda. As coisas v?o confluindo de acordo com a quantidade de cabelos brancos, e de acordo com a responsabilidade que voc? tem. N?o tem outro jeito”. E pasme, Lula mencionou que, “depois de 20 e tantos anos criticando”, agora ? amigo e aliado de Delfim Neto, ex-ministro da Fazenda (1967-1974)".


Diante disso, instintivamente, brota na mem?ria aquela frase: "quem te viu quem te v?!" e cabe uma pergunta: foi o Lula que mudou ou foi a vida que continuou sendo a mesma?


Porque ser? que as pessoas mudam? Tem sido at? comum ver quem tinha um posicionamento radical, extremado, repensando suas atitudes, suas palavras… parece at? que existe uma for?a que vai condicionando as pessoas ?s situa?es… basta assumirem as responsabilidades – pelas quais acontecem as disputas mais acirradas – para "rever seus conceitos".


Imagino que cargos e responsabilidades s?o como a maturidade… fazem as pessoas pensar melhor… pensar por todos/as… passar do ?ntimo para o comum!


 J? vi gente sendo criticada severamente por quem os/as apoiava ferrenhamente… considerados/as como traidores/as… com acusa?es do tipo "virou a casaca"! N?o ? assim… nem sempre os compromissos assumidos s?o baseados em maturidade! ? muito diferente estar fora e estar dentro… ser expectador e ser pe?a principal!


 Lembro-me de ter ouvido de que quando o Bispo Scilla Franco assumiu o Episcopado na 5? Regi?o da Igreja Metodista, declarou que sua posi??o – de Bispo – era parecida com a de um violinista, dizia ele: "O arco tem que subir, mas tamb?m tem que descer, se n?o o violino n?o toca… n?o sai som", numa evidente refer?ncia ao trato com a diversidade na vida da igreja que, como l?der, tinha que tratar de forma respeitosa e amorosa. 


 Como disse Lula, "a sua idade –60 anos– ? o ponto do equil?brio. “Porque a gente n?o ? nem um nem outro [nem novo nem velho]. A gente se transforma no caminho do meio, aquele que precisa ser seguido pela sociedade" (Folha Online). E este ? o desafio… o caminho do meio… longe dos extremos da imaturidade… sem as tend?ncias da inf?ncia, sem as trag?dias da adolesc?ncia, sem as utopias da juventude!


 Nos momentos de transi??o ouvimos todo o tipo de afirma??o… "agora vai mudar", "agora a coisa anda", "enfim, veio que esper?vamos"! Mas quando a dire??o, realmente, muda de m?o, e o peso do of?cio, de fato, recai sobre quem de direito, a for?a da vida, as ondas do tempo, da raz?o, da consci?ncia e da sobreviv?ncia descortinam a realidade dura das coisas… ditando o compasso certo de cada tempo, de cada ato, de cada caso!


 N?o sabemos se o Lula muda o Brasil ou se o Brasil muda o Lula!


 Acredito no meio termo. Os dois mudam! Assim como o of?cio muda o sacerdote e o sacerdote muda o of?cio! ? natural, ? l?gico, ? fato! As coisas precisam de tempo e de jeito… aquele milagre que tanto sonhamos n?o acontece de hora pra outra. ? preciso trabalho e esperan?a para que as transforma?es da vida ocorram!


 N?o podemos esperar mais do que as pessoas podem nos dar! Se s?o "pessoas", "gente", aqueles/as que nos guiar?o, ent?o vamos trat?-los/as como tais… aguardemos pelas suas vit?rias, mas tamb?m pelos seus erros… entendamos seus desafios, assim como sua boa vontade.


Certamente n?o tratar?o de todos nossos anseios… algumas quest?es ficar?o sobre a mesa…  pode at? ser que abandonem seus antigos posicionamentos… pode ser que se frustrem e nos frustrem!


Nesse contexto de pensar e repensar caminhos, de mudan?as e expectativas, me reporto a Paulo ao dizer… "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas pr?prias de menino. Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; ent?o, veremos face a face. Agora, conhe?o em parte; ent?o, conhecerei como tamb?m sou conhecido".


Que possamos lembrar sempre de nossa humanidade… esta que deve nos ensinar cada vez mais a pensar, mas tamb?m a repensar, a crer, mas tamb?m a esperar, a poder, mas tamb?m a respeitar.


Na gra?a e na paz,                                


  Rev. Nilson da Silva J?nior
Pastor Metodista na 5? Regi?o Eclesi?stica.


   
 


 

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