Simbologia da Páscoa

 





  

"N?o se menciona nos evangelhos o cordeiro na ceia preparada pelo Cristo, deste modo o pr?prio Jesus p?de se apresentar como o Cordeiro da reconcilia??o…"


        Ceia Ecol?gica, de Cerezo Barredo  


            O primeiro lugar sacro da liturgia ? a casa, tida como "um santu?rio". Para o israelita, a casa era realmente um templo; a mesa familial era considerada um altar, as refei?es como um rito sacro, e os pais como os celebrantes. ? neste ambiente que se celebra a P?scoa (heb.: Pesah).          


           Convidar algu?m para a pr?pria mesa ? sinal de paz, de confian?a, de fraternidade, de perd?o. Ainda muito antes de Cristo acrescentou-se ?s refei?es, antes e depois, a ora??o. Participam da b?n??o os comensais, no come?o, comendo a refei??o e, ao seu final, bebendo do c?lice, sempre precedido do Amen.


 


No antigo Israel


 


           Originariamente uma festa agr?cola que durava sete dias, a P?scoa era uma festa pr?-israelita da colheita da cevada, celebrada na primavera – em 14 de Nisan (?x 12.6,8,18); mais tarde foi corrigido para 15 de Nisan (Lv 23.5-6; Nm 28.16-17).


           As festas dos P?es ?zimos (hag-Massot) e da P?scoa (Pesah-haggadah) serviam de comemora??o dos atos salv?ficos de Deus, tornando-se uma ?nica festa quando os israelitas se estabeleceram em Canaan. Israel reinterpreta a P?scoa, que celebra a fecundidade dos rebanhos e dos campos maduros, de tradi??o canaanita, e estabelece que todo aquele que deixasse de celebr?-la seria exclu?do de seu povo (Nm 9.13).


           Na ?poca do rei Josias as duas festas passaram a ser celebradas simultaneamente no m?s de Abib (?x 13.3-10; Dt 16.1-8; 15.20).


           O ritual ? antigo, com descri??o na terceira pessoa do plural: celebra??o na primavera, mandato de comer apressadamente, proibi??o de deixar restos de cordeiro assado, rito de sangue de prote??o (?x 12.3-11). Mais tarde ? vinculada ao ?xodo (?x 12.12-14; 12.23) e se transforma em uma festa de peregrina??o ao templo dentro da celebra??o dos P?es ?zimos. Nesse sentido, h? uma medida pol?tica, pois evita reaproxima?es com o Egito (cf. Dt 16.1-8; 17.16).


 


No juda?smo antigo


 


           O juda?smo ortodoxo sistematizou as etapas do evento pascal. O dono da casa aben?oa e distribui o vinho, ervas amargas, tortas sem fermento (heb.: massot, p?o espremido; gr.: ?zimo, p?o sem fermento), cordeiro assado, ou tamb?m um cabrito, seguindo o ritual: a) b?n??o do vinho e b?n??o da festa; b) o chefe de fam?lia lava as m?os; c) come-se a salsa molhada no vinagre ou em ?gua com sal; d) divide-se o p?o ?zimo pelo meio, uma parte para o come?o e a outra para o fim da refei??o; e) l?-se Deuteron?mio 26.5-8, narra??o da sa?da do Egito; f) lava-se as m?os com b?n??o; g) b?n??o do p?o ?zimo antes de dividir entre os presentes; h) b?n??o das ervas amargas; i) carneiro, mistura-se as ervas com o p?o ?zimo – ?xodo 12.8; j) prepara-se a mesa, lembra-se a liberta??o do povo do Egito – ?xodo 12.26-27; k) come-se a por??o do p?o ?zimo que foi guardada; l) b?n??o depois da refei??o, comida e vinho; m) conclui-se com o Hallel, os Salmos 115 a 118 e 136; n) desejo final.


           Com isto, surgem quatro perguntas sobre o sinal festivo que requerem resposta. 1) Por que comer o cordeiro pascal? Porque o Santo passou (pasah) diante das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os eg?pcios, mas livrou as nossas casas (?x 12.27); 2) Por que comer os p?es ?zimos? Porque nossos pais n?o tiveram tempo de deixar a massa fermentar (?x 12.39); 3) Por que comer ervas amargas? Porque os eg?pcios amarguraram a vida de nossos pais no Egito (?x 1.14); 4) Por que beber apoiados no cotovelo? Porque ? nosso dever agradecer, louvar, celebrar, glorificar, exaltar, engrandecer aquele que fez por nossos pais e por n?s grandes prod?gios.


 


No cristianismo


 


           Nas comunidades crist?s primordiais, a P?scoa (gr.: P?scha) era experi?ncia de f? decisiva de ruptura com o pecado (cf. 1Co 5.7-8). ? pertinente a leitura do antigo credo crist?o preservado em 1Cor?ntios 15.3-4.


           Biblicamente, Jesus Cristo foi preso na noite de quinta para sexta-feira, em seguida foi crucificado (Mt 27.62; Mc 15.42; Lc 23.54; Jo 19.31: dia de prepara??o e v?spera do s?bado, isto ?, sexta-feira). Isto ganha import?ncia pela ordem quanto ? pris?o de Jesus: "N?o na festa, para que n?o haja tumulto entre o povo" (Mt 26.5; cf. Lc 22.6-7).


           Para Jo?o 18.28, a refei??o pascal judaica foi realizada ap?s a crucifica??o do Cristo. O ap?stolo Paulo (1Co 11.23) soube que Jesus foi preso quando visitava Jerusal?m vindo da Galil?ia para a P?scoa. Nessa noite, rodeado de disc?pulas (cf. Mc 15.40-41) e disc?pulos, Jesus realizou sua ?ltima refei??o. Est? de acordo com Mc 14.22-25, que inclui o Hallel (Mc 14.26). Normalmente costumava-se tomar a refei??o principal antes do p?r-do-sol; a ceia pascal era realizada ? noite, dentro dos muros de Jerusal?m.


           N?o se menciona nos evangelhos o cordeiro na ceia preparada pelo Cristo, deste modo o pr?prio Jesus p?de se apresentar como o Cordeiro da reconcilia??o, como entendido pela Igreja (Jo 1.29; 1Co 5.7).


           A morte de Jesus foi interpretada pelas comunidades de f? como sacrif?cio pascal (1Co 5.7: "…pois tamb?m a nossa P?scoa foi imolada, Cristo."). ? assim que reconhece tamb?m o quarto evangelista (Jo 19.31-36), pois, para ele, Jesus morreu na hora da imola??o dos cordeiros pascais. E ressuscitou!


           Em s?ntese, celebrar a P?scoa significa afirmar que Jesus, o Cristo, venceu (pasah, "passar", "pular") a morte. ? proclama??o da hist?ria da nossa salva??o.


 


Jo?o Batista Ribeiro Santos


Biblista e pastor da Igreja Metodista na 3? Regi?o Eclesi?stica.


 


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