Sugestão de Liturgia – Dia da Consciência Negra

Sugestão de Liturgia alusiva ao Culto do Dia da Consciência Negra – 20/11

(Convide as autoridades e lideranças de movimentos de combate ao racismo da sua cidade)

Preludio:

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro,  é reconhecido como o dia de combate ao racismo desde 1970, quando historiadores e historiadoras, no ano de 1978, em congresso realizado em São Paulo, promovido pelo Movimento Negro Unificado (MNU), definiram a data da morte do líder Zumbi, organizador do Quilombo dos Palmares, como símbolo de resistência e luta a respeito da exploração e escravidão do povo negro no Brasil. Palmares foi uma comunidade de pessoas fugitivas da escravidão durante o período do Brasil Colônia; mas também de indígenascaboclos e colonos portugueses marginalizados, como soldados que desertavam do serviço militar obrigatório.[7] mas também indígenascaboclos e colonos portugueses marginalizados, como soldados que desertavam do serviço militar obrigatório.

Fundado no final da década de 1590 e localizado na Serra da Barriga, na então capitania de Pernambuco (atual município de União dos PalmaresAlagoas),[1] atingiu seu auge na década de 1690, quando sua população variou entre 11 mil e 20 mil habitantes, o maior quilombo da história do Brasil. A comunidade era governada por Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares, que desempenhavam papéis fundamentais tanto na administração quanto na defesa militar

Zumbi foi oficialmente reconhecido como herói nacional pelo governo brasileiro em 1995, durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, quando foi instituído o Dia da Consciência Negra em 20 de novembro, data de sua morte. Esse reconhecimento ocorreu no contexto de políticas públicas voltadas para a valorização da história e cultura afro-brasileira, em meio a esforços do movimento negro para destacar a resistência à escravidão como parte fundamental da identidade nacional e da luta por igualdade racial no país.

  • Baseado no texto acima, sugerimos que o prelúdio seja feito com áudio ou vídeo de corais cantando sobre Esperança, Resistencia, Respeito ou Comunhão.

Adoração:

  • Acolhimento e oração
  • Bíblica – Escolha textos de Esperança/ Comunhão/ Igualdade/ Respeito/ Realização de sonhos. Como: Salmo 125 / Salmo 126/ Salmo 133/ Evangelho de João 17.1-21/Atos 10.23-35/ Romanos 10.11-15/
  • Explique o tema do culto
  • Cântico. Congregacional: Bom estarmos aqui / Há uma unção -/ Hino 104 do HE
  • Convide uma pessoa para declamar uma poesia que fale de Comunhão ou a coreografia apresentar uma peça sobre temas ligados a primeira leitura bíblica.
  • Solicitar que a Coordenação Regional de Combate ao Racismo grave uma saudação a ser compartilhada com a comunidade reunida.

Confissão:

  • Chamado a confissão: Leitura Bíblica de I João1.9. Convide a congregação a pedir perdão pelos pecados da omissão e discriminação ao povo negro; algo que muito presente no cotidiano das pessoas.
  • Convide o ministério de louvor, uma pessoa da Igreja ou alguém convidado especialmente para fazer um solo ligado ao tema do Culto.
  • Declaração de perdão: Leitura Bíblica Responsiva do texto bíblico de Mateus5.1-12. O perdão de Deus suscita júbilo e alegre!

Louvor:

  • Oportunidade de identificar lideranças da cidade que atuam na luta contra o Racismo. Orar por estas lideranças
  • Momentos de Louvor: Os cânticos devem ser baseados na primeira leitura bíblica do culto. Devem falar de: Alegria/ Respeito/ Comunhão/ Igualdade/Paz/ da superação em Cristo Jesus, a vida em unidade e comunhão.
  • Ofertório: Momento de investimento missionário

Mensagem:

  • A mensagem deve ser entregue por meio no contexto da Celebração de combate ao racismo, pessoal, institucional e estrutural. Sugestões de textos bíblicos: Evangelho de João 13.34-35; Romanos 12. 1-2; Atos 2. 5-12; Atos 8.26-40; Lucas 7.36-50.
  • Sugestão: Pesquisar indicadores sociais/econômicos que evidenciem a desigualdade étnica entre as diferentes classes sociai. Sejamos desafiados/as a atos proféticos para mudanças neste quadro.

Envio:

  • Leitura do Poema:

POEMA: 20 DE NOVEMBRO

Desde o Século XV, da Luzidia África, parte os navios negreiros,

Singrando os mares, rumo ao “novo mundo”, às Américas…

Terras a serem desnudadas e saqueadas por tantos Colombos e Cabrais.

A Terra de Santa Cruz, do “pau” Brasil, torna-se palco para o “velho mundo”,

Qual teatro de horrores; pelo genocídio dos povos nativos;

Transfundindo, também, no solo dos campos e lavouras ameríndios,

A seiva vermelha dos corpos africanos, torturados a ferro e fogo,

Na prisão das senzalas e nos campos de concentração da cana-de-açúcar,

Do café, do algodão, e da mineração.

 

Construindo-se uma sociedade baseada no monopólio, latifúndio e mão-de-obra escravizada.

No qual a inferiorização africana, legitima o racismo e sua expressão.

Perpetuaram-se, os crimes contra a Humanidade;

E contra a dignidade humana: pecado contra a Criação e o Criador.

 

Ah! Quilombo de Palmares! gérmen de um novo mundo.

A verdadeira Lei Áurea; assinada pela luta e pelo suor do povo negro!

Grito de liberdade forjado pelo sangue e martírio das vidas africanas,

Cujo sentido de viver se expressa na resistência, e na inconformidade à escravização.

Palmares torna-se a grande casa comunitária, da autêntica liberdade,

Da denúncia profética, do verdadeiro grito por emancipação:

“Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós,

E que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz!”

 

A figura simbólica de Zumbi traz a reconstrução da vida comunitária

Transportada do ventre da Mãe África, e ressignificada no Brasil.

Dos povos da Etiópia Negra, dos Sudaneses, bantos, minas, guineanos, Iorubás, Jêjes, nagôs, malês…

Gerado o sentimento de pertença histórica, cultural, étnica;

Pela ancestralidade africana dos antepassados;

Pelo Sopro Espirito, aproximando Felipe ao oficial da Rainha de Candace, estabelecendo, com o eunuco, uma nova aliança em Cristo.

 

Neste histórico bíblico, e em outros relatos de nossa herança ancestral,

Temos a ressignificação da nossa real identidade;

Como filhas e filhos do Deus, Emanuel, o Grande “eu Sou”!

 

Nossa consciência de negritude afro-brasileira, hoje, nos constitui;

Como feitos a imagem do Criador: negras e negros livres,

Filhas e filhos amados, na formosura da Criação.

Somos como a árvore do Baobá: a nossa potência está na semente,

Nossa força está regada no orvalho das lágrimas de nossas bisavós.

Nossa resiliência, provada nos navios negreiros, no tronco da tortura,

Na indignidade da senzala, no cotidiano da luta contra racismo,

Pessoal, institucional e estruturalmente manifesto.

 

Nossa esperança, remonta a diáspora, em cruzarmos mar da fé,

Para a construção do novo céu e da nova terra.

Assim, prossigamos nossa caminhada; atentos, atentas e permanentes em nossa denúncia do pecado do racismo, como um crime contra a humanidade

Um pecado contra a dignidade de milhões de pessoas.

 

Lutamos pelo fim do Racismo, por uma sociedade justa, fraterna, equânime e inclusiva; de respeito e de acolhimento às diferenças; pelo mandamento de Jesus: Amar a Deus, amar a seu semelhante.

Prosseguimos, com esperança, entre cânticos de alegria e prantos, de fé em fé, e de glória em glória! sabendo que, conforme disse, o Rev. João Wesley:

“O melhor de tudo é que Deus está conosco”!

 

(Luiz Vergílio)

 

 

  • O apelo deve ser feito com o objetivo de comprometer pessoas a combaterem esse mal chamado racismo. E esses que atenderam ao apelo devem ser enviados.

Oração final e benção apostólica:

  • Convidar uma pessoa negra idosa e respeitado na comunidade, para a última oração da noite.
  • Se possível, ministrar a benção em alguma linguagem africano também valoriza a expressão da natureza do culto celebrativo ao 20 de novembro.

Poslúdio:

  • Exiba vídeo com música e fotos de pessoas negras, famílias, casais, adolescentes, crianças.
  • Liturgia elaborada pela Equipe de Coordenadoras e Coordenadores Regionais e Nacional

 

Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa

Pastoral Nacional de Combate ao Racismo da Igreja Metodista

 

FAÇA DOWNLOAD DO ARQUIVO EM PDF

 

 

 

Picture of Portal Igreja Metodista

Portal Igreja Metodista

Igreja Metodista - Sede Nacional.

Tags

compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine nossas notícias

Receba regularmente as notícias da Igreja Metodista do Brasil em seu e-mail.
A inscrição é gratuita!