Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 17/12/2013

Um singelo tributo a Mandela

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;" (Mt 5:6).
 
Um regime racista denominado Apartheid dividiu a África do Sul em quatro nações composta por quatro grupos raciais distintos: brancos, negros, mestiços e indianos. Estes grupos foram sub-divididos em mais de treze "nações" ou federações raciais. Os brancos abrangiam todos os falantes de inglês ou africânder; a população negra foi dividida em dez grupos linguísticos.
 
A legislação do Apartheid formalizou a divisão racial através da introdução de um cartão de identidade para as pessoas com idade superior a dezoito anos, especificando a qual grupo racial elas pertenciam. Cada raça foi assentada em territórios diferentes dos brancos. Uma nova lei determinou onde cada um deveria viver de acordo com sua raça. A cada raça foi atribuída uma área específica, o que foi mais tarde utilizado como base para remoções forçadas. Uma lei aprovada em 1951 permitiu ao governo demolir favelas habitadas por negros e forçava os patrões brancos a pagarem a construção de moradias apenas para trabalhadores negros autorizados a residirem nas cidades reservadas para pessoas brancas.
 
Não-brancos não podiam não podiam votar. A eles eram proibidos diversos tipos de empregos, sendo-lhes também vetado serem patrões de brancos. Os não-brancos não podiam manter negócios ou práticas profissionais em quaisquer áreas designadas somente para brancos. As grandes cidades e as regiões de grande atividade comercial estavam dentro dessas áreas. A terra conferida aos negros era improdutiva ou semi-deserticas. As áreas de negros raramente tinham saneamento ou eletricidade. Os negros, um contingente de 70% da população, foram excluídos de tudo, até de circularem entre brancos, a não ser que eles tivessem um “passe”, o que era impossível, para a maioria, conseguir.
 
Em 1949, proibiu-se o casamento entre pessoas de raças diferentes. Em 1950 a Lei da Imoralidade tornou crime relações sexuais entre pessoas de raças diferentes. Uma lei de 1953 determinou que locais públicos pudessem ser reservados para determinada raça, criando, entre outras coisas, bancos de praças, praias, ônibus, hospitais e escolas segregados. Placas com os dizeres "apenas para brancos" tiveram seu uso difundido em locais publicos. Sob a mesma legislação, o governo se isentava da responsabilidade de oferecer serviços públicos da mesma qualidade para todos os cidadãos. Aos negros eram fornecidos serviços de qualidade inferior àqueles prestados aos brancos – e, menos ainda, àqueles prestados aos indianos e mestiços. Em 1956, a discriminação racial no local de trabalho foi regulamentada.
 
A educação superior era quase impossível para não-negros: as poucas universidades de qualidade eram reservadas só para brancos. A educação provida aos negros preparava-os para os trabalhos braçais, unica atividade disponível para eles. Havia trens para brancos e negros. Os trens para brancos não tinham vagões de terceira classe; já os trens para negros eram superlotados e só apresentavam vagões de terceira classe. Ônibus de negros paravam apenas em paradas de negros e os de brancos, nas de brancos. Restaurantes e hotéis não tinham permissão para a presença de negros, a não ser como funcionários. Os cinemas nas áreas brancas não tinham permissão para aceitarem negros. O rigor da lei era diferente: um negro estaria sujeito até à pena de morte por estuprar uma branca, mas um branco que estuprasse uma negra recebia apenas multa.
 
Tornou-se crime reprimido com violência a insubmissão ao Apartheid. Qualquer manifestante contrario ao regime poderia ser tachado de "comunista", se sujeitando a graves penas. Encontros não organizados junto ao governo foram proibidos, assim como algumas organizações da sociedade civil que foram encaradas como uma ameaça ao regime. Um protesto contra as Leis do Livre Trânsito culminou na Tragédia de Sharpeville em 21 de março de 1960. A polícia abriu fogo, matando 69 manifestantes e ferindo 180. Todas as vítimas eram negras e não portavam armas. A maioria delas foi baleada nas costas.
 
No final da década de 1960, as perspectivas para a população não-branca da África do Sul eram desanimadoras. Líderes negros que combatiam o Apartheid são perseguidos e presos, entre eles Nelson Mandela. Acusado de traição em 1963, foi condenado a prisão perpétua. Só em 1989, o recem-eleito presidente F. W. de Klerk declarou o fracasso do Apartheid e revogou sua legalidade. Nelson Mandela foi libertado da prisão. Mandela, então, torna-se presidente nas primeiras eleições presidenciais livres em muitos anos. 
 
Nelson Mandela mudou a história de seu país e influenciou o mundo. Ele foi o maior ícone da luta contra o Apartheid e também um ícone da paz, pois, ao assumir a presidência da África do Sul não usou de revanchismo. Isto se deveu ao seu coração comprometido com o Senhor Jesus Cristo, que é o Príncipe da Paz!
 
A mãe de Mandela era uma metodista, e Nelson seguindo seus passos estudou numa escola Missionária Metodista. A educação de Mandela foi permeada de formação cristã por influência de sua mãe. Ele foi batizado na igreja Metodista e seguiu como membro metodista fiel até o dia de sua morte. Ele honrou o cristianismo e a Igreja onde serviu ao Senhor.
 
"Eu não sou um santo, a menos que você ache que um santo seja um pecador que continua tentando fazer o seu melhor." Nelson Mandela.
 
Pr. Sergio de Oliveira Campos.

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