violência contra mulher









 

O segredo mais bem guardado









 



Entrevista – Publicada pela Ag?ncia LatinoAmericana e Caribenha de Not?cias e site da Revista Ultimato.

Em 25 de novembro, celebra-se o Dia Mundial da Luta pela N?o-Viol?ncia contra a Mulher.

Sobre o tema, ALC conversou com Esly Regina Carvalho, psic?loga e psicoterapeuta brasileira, especialista em sa?de emocional. Ela trabalhou na ?rea durante mais de 20 anos no Brasil, Bol?via, Equador e Estados Unidos. Escreveu v?rios livros a respeito. Atualmente, trabalha no minist?rio Esperan?a para o Cora??o, nos Estados Unidos.
Esly Regina Carvalho foi fundadora, em 1998, do minist?rio Pra?a do Encontro. Escreveu bibliodramas, psicodramas e obras para psicoterapia de grupo. Estudou na Universidade de Bras?lia. Ela fala portugu?s, espanhol e ingl?s.

ALC – A sociedade hoje est? mais consciente do problema que constitui a viol?ncia contra a mulher?

Esly Carvalho
Talvez se possa falar, atualmente, de forma mais aberta sobre o problema, mas, em geral, continua na categoria de "segredos bem guardados". As dificuldades econ?micas, os modelos incorporados dentro das fam?lias, a vergonha e o medo continuam mantendo as mulheres em situa??o de v?timas da viol?ncia intrafamiliar.

ALC – E nas igrejas?

Esly Carvalho
Nas igrejas crist?s a situa??o mudou muito pouco. Eu continuo falando do tema na Am?rica Latina e na m?dia hisp?nica dos Estados Unidos. Continuo encompridando meus coffee breaks durante minhas falas, porque ? quando as mulheres v?m conversar em particular. Pedem contato, quando me contam sua situa??o, me pedem ajuda, rompem o meu cora??o. Mudou muito pouco.

ALC – Por que persiste a viol?ncia contra a mulher?

Esly Carvalho H? v?rios fatores. Um dos principais ? o modelo aprendido em fam?lia. Todos aprendemos a ser fam?lia na fam?lia em que vivemos. Se essa fam?lia permite a viol?ncia, ent?o o modelo de "amar-se" e querer-se como fam?lia inclui a viol?ncia.
Lembro de uma jovem mulher que veio me ver e me disse que, antes de completar 24 anos descobriu que nem todos brigavam entre si nas fam?lias. Ela pensava que a viol?ncia era uma parte "normal" de ser fam?lia.
Nunca devemos subestimar o poder da forma conhecida de viver. Pode ser aterradora, mas ? conhecida. At? nossos ditos o comprovam: "Melhor o diabo conhecido do que o anjo por conhecer"; "o mal conhecido do que o bom por conhecer". ? importante entender que para melhorar ? preciso buscar a sa?de do cora??o.
Talvez um dos maiores mitos da sociedade ? que "h? de se manter a fam?lia unida". Ent?o, muitas mulheres ag?entam de tudo para n?o se divorciarem, em nome da "unidade familiar". O que esquecem ? que est?o perpetuando o modelo e ensinando seus filhos que n?o h? problema em maltratar as mulheres, que s?o t?o sem valor que se pode fazer qualquer coisa com elas.

ALC – Onde est?o os homens nessa quest?o?
Esly Carvalho
Vivemos uma crise da masculinidade. Os homens tamb?m receberam p?ssimos modelos de ser homem. O modelo machista, de provar constantemente que algu?m ? homem, tamb?m faz mal a eles. Eles tampouco tiveram bons modelos. Seus pais tamb?m eram violentos ou ausentes.
A ira mal resolvida, a dor de n?o ter tido um papai que lhe confirmasse como homem, a dor de n?o se sentir amado por seu pai, tudo isso contribui para que os homens sofram e descarreguem o seu sofrimento de formas n?o apropriadas.
N?o entendo por qu? as palavras "te amo" parecem estar reservadas para o leito de morte. N?o sei quantas pessoas me confessaram que seu pai (ou m?e) s? lhes disse essas palavras quando estava por morrer. O amor n?o faz mal! Isso nos ensina 1 Cor?ntios 13. O amor n?o est? sendo bem ensinado em nossas fam?lias.

ALC – Que se pode fazer diante dessa situa??o?
Esly Carvalho
Romper o sil?ncio. Buscar ajuda. Embora n?o estejas na lista para deixar a situa??o de viol?ncia, faze algo para que um dia isso possa parar.
As igrejas ganhariam muito se pudessem falar mais abertamente sobre esse tema do p?lpito (mas sabemos que muitos pastores tamb?m s?o abusadores f?sicos e que n?o querem falar de sua pr?pria situa??o!).
As mulheres precisam saber como romper seus modelos de co-depend?ncia para que possam ajudar a formar uma nova gera??o de filhos que aprendam a resolver conflitos sem viol?ncia. Poderiam formar grupos de apoio e crescimento emocional, grupos para que as mulheres possam crescer em sua auto-estima e acreditar que possam sair disso.
Os homens precisam de novos modelos de ser homens. Todos precisam curar seu cora??o. Sem sanidade, n?o h? santidade.

ALC – O que voc? tem a falar de sua atividade como escritora?
Esly Carvalho – Meu livro mais recente, Sa?de Emocional e Vida Crist?, foi finalista no Pr?mio concedido pela Associa??o Brasileira de Editores Crist?os (ABEC), no Rio de Janeiro, na categoria Vida Crist?. J? foram publicadas tr?s edi?es em portugu?s. A vers?o em espanhol encontra-se nas m?os da Casa Cria??o.
Tamb?m o livro Fam?lia em Crise tem um cap?tulo sobre a viol?ncia dom?stica. E em Asas de Sa?de h? exerc?cios para a sa?de do cora??o.

*Esly ? autora dos livros
Quando o V?nculo Se Rompe e Sa?de Emocional e Vida Crist?



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