Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Walter Altmann

Fonte: Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)

Rio de Janeiro, segunda-feira, 18 de agosto de 2008 (ALC) - O moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), pastor Walter Altmann, convidou denominações brasileiras que apresentam reservas ao ecumenismo a buscarem informações mais amplas possíveis a respeito do organismo internacional e abrirem diálogo com irmãos e irmãs na fé sem juízos prévios, mas no intuito do conhecimento mútuo.
O apelo consta na entrevista que Altmann concedeu ao repórter Oziel Alves, publicada na edição de julho da Enfoque Gospel, revista de circulação nacional, com tiragem de 50 mil exemplares. "Creio que à medida que estabelecemos o diálogo e removemos mal-entendidos, abrem-se novas perspectivas de cooperação, mesmo se não passarem por afiliação formal ao CMI. A cooperação é mais importante do que a afiliação", declarou.

Altmann mencionou que há uma série de mal-entendidos em relação ao ecumenismo, um deles de que o CMI queira constituir-se numa superigreja. "Ao contrário, o CMI é, constitucionalmente, um instrumento de diálogo e serviço das igrejas-membros, mas não tem qualquer prerrogativa de decisão sobre questões de doutrina, moral ou liturgia, em que a autonomia de cada uma das igrejas é plenamente respeitada", argumentou.

Outro equívoco lembrado pelo pastor luterano é que ecumenismo teria algo a ver com comunismo. A semelhança fonética das palavras poderia gerar essa associação, que, no entanto, é totalmente descabida. "A responsabilidade social dos cristãos, pela qual o CMI advoga, é inspirada no próprio Evangelho e não por uma ideologia humana", frisou.

O moderador do organismo ecumênico internacional acentuou que o CMI entende missão, diálogo teológico e ação social como "partes integrantes da responsabilidade que as igrejas têm, e não considera a ação social como mais importante do que a missão e o diálogo teológico".

O pastor luterano não deixou de mencionar, contudo, o grande desafio com o qual o movimento ecumênico se depara nas áreas políticas, econômicas e sociais, qual seja, o de relacionar pobreza, riqueza e ecologia com a reflexão e ação voltadas à transformação de estruturas econômicas injustas, que atingem de forma mais direta os pobres, em especial as mulheres, os jovens, os povos indígenas e as pessoas portadoras de deficiência.

O diálogo, para o qual Altmann conclamou denominações brasileiras, visa a aproximação, a remoção de mal-entendidos e a busca de compreensão comum.

- Nós, cristãos, não gostaríamos que os adeptos de outras religiões nos julgassem sem o devido conhecimento do que cremos e defendemos, fazendo generalizações arbitrárias acerca de nós e da fé cristã. Então, tampouco devemos fazê-lo em relação às outras religiões. Isso de forma alguma compromete nossas próprias convicções cristãs, argumentou.
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Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)


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