| Acaba de ser lan?ada a revista evang?lica Cristianismo Hoje, em parceria com o grupo Christianity Today International. Dentre os colaboradores, h? nomes bastante conhecidos do meio evang?lico, como Ed Ren? Kivitz e Ariovaldo Ramos. O Reverendo Luciano Vergara, pastor na Igreja Metodista em Vila Isabel, RJ, tamb?m ? um dos colaboradores. Em seu n?mero de lan?amento, a revista traz uma mat?ria sobre John Wesley. |
Confira abaixo e no site www.cristianismohoje.com.br.
O grande avivalista que n?o se deixou dominar pelo dinheiro |
Elesha Coffman Na inf?ncia, Wesley conheceu a pobreza. Samuel, seu pai, era p?roco anglicano em uma das par?quias que pagava menos na Inglaterra e tinha nove filhos para alimentar e vestir. John via sempre o pai endividado e certa vez o viu ser preso por causa de d?vidas. Quando decidiu seguir o minist?rio n?o tinha ilus?es quanto ?s suas recompensas financeiras. Entretanto Wesley n?o enfrentou a mesma pobreza de seu pai. Em vez de se tornar o pregador de uma par?quia, sentiu a orienta??o de Deus para dar aulas da Universidade Oxford. Foi eleito membro da Lincoln College e sua situa??o financeira mudou completamente. Passou a receber no m?nimo 30 libras por ano – mais do que suficiente para sustentar um homem solteiro naquela ?poca. Parece que apreciou sua relativa prosperidade enquanto dava aulas, gastando o dinheiro com jogo, cigarro e bebida. Um fato ocorrido em Oxford alterou sua perspectiva do dinheiro. Havia acabado de comprar quadros para seu quarto quando uma das camareiras bateu ? sua porta. Era inverno e ele reparou que ela s? tinha um vestido fino de linho para proteg?-la do frio. Enfiou a m?o no bolso para dar-lhe dinheiro para comprar um casaco e descobriu que sobrara muito pouco. Entendeu, ent?o, que Deus n?o estava contente com a forma como gastava seu dinheiro. Perguntou a si mesmo: Ser? que teu Mestre dir?: "Bem est?, servo bom e fiel?". Adornaste tuas paredes com o dinheiro que poderia ter protegido essa pobre criatura do frio"! ? justi?a! ? miseric?rdia! Esses quadros s?o o sangue dessa pobre empregada (trecho de Sobre roupas). Talvez como reflexo desse acontecimento, Wesley passou a limitar seus gastos a fim de ter dinheiro para dar aos pobres. Verificou que em um ano sua renda havia sido 30 libras, seus gastos para viver, 28 libras e, ent?o, tinha 2 libras para doar. No ano seguinte a renda dobrou, mas gastou as mesmas 28, ent?o p?de doar 32. No terceiro ano, a renda pulou para 90 libras. De novo, viveu com 28 e doou 62. No quarto ano, ganhou 120 libras, gastou 28 e deu 92 para os pobres. Wesley pregava que os crist?os n?o deviam se limitar ao d?zimo, mas dar toda renda extra depois de atender as necessidades da fam?lia e pagar os credores. Ele acreditava que, com o aumento de renda, o crist?o deveria elevar seu padr?o de doa??o, n?o seu padr?o de vida. Mesmo quando sua renda subiu para milhares de libras, continuou a viver em simplicidade e doava todo o dinheiro que sobrava. Em determinado ano, sua renda chegou a mais de 1.400 libras. John ficou com apenas 30 e doou todo o restante. Ele temia acumular tesouros na terra, por isso t?o logo recebia, enviava o dinheiro para caridade. Declarou nunca ter possu?do mais do que 100 libras ao mesmo tempo. Entre as maneiras como Wesley limitava seus gastos estavam a vida sem luxos e a identifica??o com os necessitados. Pregava que os crist?os deveriam se considerar membros da classe pobre a quem Deus entregou o dinheiro como ajuda. Colocava suas palavras em pr?tica, vivendo e comendo com os pobres. Sob a lideran?a de Wesley, metodistas de Londres abriram na cidade duas casas para abrigar vi?vas que eram sustentadas por ofertas levantadas nas reuni?es e na Ceia do Senhor. Em 1748, Wesley morava nas mesmas acomoda?es que qualquer outro ministro metodista que estivesse na cidade. Alegrava-se por comer da mesma comida ? mesma mesa, esperando ansioso pelo banquete celestial que todos os crist?os ir?o compartilhar. John Wesley n?o se identificava com os pobres apenas compartilhando alimento e moradia e abrindo m?o de luxo, mas algumas vezes deixava de atender algumas de suas necessidades para doar o dinheiro. Durante quase quatro anos alimentou-se basicamente de batatas. Isso n?o foi apenas para melhorar a sa?de, mas tamb?m para poupar. "O que eu economizo com carne ir? alimentar algu?m que n?o tem nada." Em 1744, Wesley escreveu: "[Quando eu morrer], se deixar dez libras… voc? e toda a humanidade [podem] testemunhar contra mim, que vivi e morri como ladr?o e assaltante". Quando morreu, em 1791, o ?nico dinheiro citado em seu testamento foi a miscel?nea de moedas encontradas em seus bolsos e gavetas. Havia doado a maior parte das 30 mil libras que ganhou em sua vida. Os Conselhos de Wesley Qual a orienta??o de Deus para os crist?os usarem seus recursos financeiros? Wesley apresentou quatro prioridades b?blicas: I. Providencie tudo que for necess?rio para voc? e sua fam?lia (1Tim?teo 5:8). O crente deve assegurar que sua fam?lia tenha satisfeitas as necessidades e confortos, ou seja, "alimento suficiente e saud?vel para comer e roupas limpas para vestir", assim como um lugar para morar. Deve ainda assegurar que a fam?lia tenha como viver caso aconte?a alguma coisa com a pessoa que a sustenta. II. "Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes." (1Tim?teo 6.8) Como os crist?os decidem quanto gastar com eles mesmos e com a fam?lia? Qual ? o limite? Wesley respondeu citando as palavras de Paulo a Tim?teo. Acrescentou que a palavra traduzida como "vestir" significa literalmente "cobrir", o que inclui resid?ncia al?m de roupas. E prossegue: "Segue-se, claramente, que tudo que ultrapassar isso ?, aos olhos do ap?stolo, riqueza. Ou seja, tudo que vai al?m das necessidades b?sicas ou, no m?ximo, das conveni?ncias. Qualquer pessoa que tiver o suficiente para comer, roupa para vestir, um lugar para deitar a cabe?a e mais alguma coisa ? rica" (trecho de O perigo da riqueza). III. "Procurem fazer o que ? correto aos olhos de todos." (Romanos 12.17) e "N?o devam nada a ningu?m" (Romanos 13.8). Wesley disse que a forma seguinte de gastar o dinheiro ? pagar aos credores; e acrescentou que os que possuem neg?cios pr?prios precisam de ferramentas, estoque ou capital adequados para fazerem o neg?cio prosperar. IV. "Fa?amos o bem a todos, especialmente aos da fam?lia da f?" e "Enquanto temos oportunidade, fa?amos o bem a todos" (G?latas 6.10). Depois que o crist?o cuidou da fam?lia, dos credores e de seu neg?cio, a obriga??o seguinte ? usar todo o dinheiro que sobrar para atender as necessidades dos outros. Wesley ensinou que Deus d? dinheiro a seus filhos para que atendam suas necessidades razo?veis e espera que, depois lhe devolvam o restante, dando aos pobres. Deus quer que todos os seus filhos se considerem "apenas um dos pobres, cujas car?ncias foram supridas por parte da subst?ncia de Deus que ele colocou nas m?os deles com essa finalidade". Ent?o, Deus ir? perguntar: Foste um benfeitor da humanidade? Alimentaste os famintos, vestiste os despidos, confortaste os enfermos, ajudaste o estrangeiro, acalmaste os aflitos, segundo o que cada um necessitava?Foste olhos para o cego, p?s para o aleijado, pai para os ?rf?os e marido para as vi?vas? (trecho de O bom mordomo). Al?m desses quatro princ?pios b?blicos, Wesley reconheceu que h? situa?es que d?o margem a d?vidas. Nem sempre ? ?bvio como o crist?o deve usar o dinheiro de Deus. Assim, apresentou quatro perguntas que as pessoas devem fazer antes de decidir como usar o dinheiro: • Ao gastar este dinheiro, estou agindo como se ele fosse meu ou como um mordomo do Senhor? • O que a B?blia exige de mim para gastar esse dinheiro dessa forma? • Posso oferecer essa minha compra ao Senhor como sacrif?cio? • Deus me recompensar? por esse gasto na ressurrei??o dos justos? Wesley advertia especialmente contra comprar muitas coisas para as crian?as. Pessoas que jamais desperdi?ariam dinheiro com elas mesmas ?s vezes eram mais indulgentes com os filhos. Com base no princ?pio de que atender um desejo desnecess?rio serve apenas para fazer com que ele cres?a, Wesley inquiriu esses pais bem intencionados: Por que voc?s compram para eles mais orgulho, lux?ria, vaidade, tolice e desejos prejudiciais? […] Por que gastam mais para aumentar as tenta?es e armadilhas deles e marc?-los com mais tristezas?" (trecho de O uso do dinheiro). Finalmente, Wesley sugeriu a seguinte ora??o para o crente que ainda est? em d?vida: Senhor, tu v?s que vou gastar essa quantia em alimento, objetos ou m?veis. E sabes que vivo com um ?nico objetivo: ser mordomo de teus bens; e gasto essa por??o buscando realizar o projeto que tinhas ao me confiar o dinheiro. Sabes que fa?o isso em obedi?ncia ? tua Palavra, como mandaste, e porque ordenaste. Rogo-te que o que vou adquirir seja sacrif?cio santo, aceit?vel por meio de Jesus Cristo! E d?-me um testemunho em mim mesmo de que, por esse esfor?o de amor, serei recompensado quando recompensares todas as pessoas de acordo com as obras que praticarem (trecho de O uso do dinheiro). Wesley tinha certeza de que qualquer crente que tivesse a consci?ncia limpa depois de fazer essa ora??o usaria o dinheiro com sabedoria. Fonte: Revista Cristianismo Hoje (www.cristianismohoje.com.br) |
