INTRODU??O
Sob o prisma do Hino no in?cio do cap. 2, Paulo faz algumas exorta?es aos filipenses, mas antes faz um reconhecimento: a obedi?ncia dos filipenses na presen?a e na aus?ncia do ap?stolo. Os Filipenses abra?aram o Evangelho e continuaram a perseverar na observa??o dos valores que o Evangelho de Cristo apresenta, mesmo Paulo estando longe.
Paulo conhecia bem os filipenses, pois havia uma rela??o muito pr?xima entre o ap?stolo e os membros da Igreja em Filipos. Ele sabia da inten??o do cora??o e prop?sitos dos irm?os em Filipos, descritos dos versos 15 e 16:
? Ser um crist?o irrepreens?vel
? Ser um filho de Deus sincero
? Ser inculp?vel no meio de uma gera??o corrupta
? Conservar a Palavra da Vida
? Ser como luzeiro a brilhar
Paulo percebeu que sua pris?o estava produzindo um desest?mulo entre os filipenses, embora eles continuassem fi?is ao Evangelho. Alguns membros da igreja estavam com dificuldades em cumprir com os seus prop?sitos de servir a Deus. Paulo, como pastor, ensina que eles poderiam continuar os prop?sitos de Deus mesmo em meio ?s dificuldades e passa a ensinar aos filipenses uma grande li??o.
Algumas vezes isto acontece conosco tamb?m. Fazemos prop?sitos de sermos crist?os que cumprem com suas responsabilidades, de ler a b?blia todos os dias, de servir a Deus e ? Igreja, al?m de outros; e percebemos que nem sempre cumprimos com os mesmos. Isto estava acontecendo com a Igreja de Filipos, pois a aus?ncia e pris?o do ap?stolo estavam criando um desestimulo para a perseveran?a nos prop?sitos.
COMO CUMPRIR COM OS PROP?SITOS
Paulo trata deste assunto, como um pastor que pastoreia o seu rebanho e oferece algumas orienta?es para a vida, minist?rio dos filipenses e cumprimento dos prop?sitos:
"Operar a salva??o" – v.12.
O verbo grego katergazomai, traduzido por operar, tem o sentido de levar o trabalho at? o final, completar a obra. A salva??o ? um processo cont?nuo. Com estas palavras o ap?stolo est? dizendo que os filipenses est?o em fase de crescimento e maturidade na vida crist?. Devem perseverar, mesmo que em alguns momentos aconte?am falhas entre eles.
"… Com temor e tremor" – v.12.
Esta express?o "indica uma ansiedade nervosa e tr?mula de fazer o que ? correto" ou o cuidado para n?o ofender o pr?ximo, significando um estado de vigil?ncia para evitar atritos e contendas. O ap?stolo est? ensinando que o crist?o deve cumprir com os alvos da vida crist? com humildade.
"? Deus quem efetua o querer e o realizar" – v. 13.
Sem a presen?a de Paulo os filipenses poderiam praticar os atos para o bem de toda a comunidade, pois era Deus quem efetuaria isto na vida deles. O verbo grego energeo tem o sentido de dar poder, energizar, tem tamb?m o sentido de produzir. Isto seria o resultado da gra?a de Deus. Em outras palavras, o que est? sendo ensinado ? que o crist?o deve cumprir seus prop?sitos na depend?ncia da Gra?a de Deus e fortalecido pela presen?a de Deus em sua vida. ? Deus quem efetua o querer e o realizar. Em Romanos 7.18 o ap?stolo diz que o querer o bem est? nele, mas n?o o efetuar. O crist?o que tentar viver a vida crist? confiado na sua pr?pria capacidade, for?a ou forma??o, descobrir? muito cedo a sua incapacidade para tal.
Paulo d? esta li??o, pois ele mesmo havia tido esta experi?ncia quando afirma o seguinte: "porque n?o fa?o o bem que prefiro, mas o mal que n?o quero, esse fa?o" (Rm 7.19).
"Fazei sem murmura?es e nem contendas" – v.14.
Para o cumprimento dos prop?sitos da Igreja em Filipos estas duas orienta?es s?o de fundamental import?ncia. A express?o murmura??o tem o sentido de reclama??o, queixume, insatisfa??o e contenda no sentido de disputa, de rebeli?o. Os conflitos de opini?o sempre existir?o, mas eles n?o devem criar contenda e pol?micas. A murmura??o e a contenda s?o o que mais ataca e impede a unidade da igreja. A murmura??o era a mesma do povo no Antigo Testamento quando reclamava insatisfeito com Deus. Bispo Paulo Lockmann faz uma diferencia??o entre conflitos e contendas: "conflito ? o choque de opini?es; contenda ? quando passamos a tratar os que pensam diferente de n?s como inimigos, e n?o irm?os, e por isso abrimos uma guerra contra eles".
Paulo aprendeu que ? Deus quem efetuar o querer e o realizar, ou seja, os filipenses cumpririam com seus prop?sitos na depend?ncia de Deus e da Gra?a de Deus. Enquanto tentassem cumprir os prop?sitos confiados em Paulo e na pr?pria for?a, continuariam a acumular frustra?es.
A LI??O PARA HOJE
Muitas vezes n?s tamb?m fazemos alvos e prop?sitos e depois percebemos que n?o conseguimos cumpri-los. Precisamos aprender esta din?mica da depend?ncia de Deus e da Sua Gra?a para o cumprimento da vontade de Deus em nossas vidas. N?o estamos errados quando estabelecemos objetivos e prop?sitos, o que precisamos aprender ? que devemos submeter nossa vida e nossos prop?sitos a Deus e depender da Sua orienta??o para o cumprimento destes prop?sitos. Neste per?odo da quaresma, quando somos chamados a refletir e meditar em nossas a?es e espiritualidade, temos a oportunidade de fazermos ajustes em nossos relacionamentos. Pois a mensagem da cruz que se descortina neste per?odo, nos convida ? convers?o e transforma??o.
Desta forma, Paulo desempenha um papel pastoral e educativo, pois orienta e educa os filipenses para que sejam crist?os transformados pela Gra?a de Deus e agentes de transforma??o na sociedade da ?poca.
Bispo Josu? Adam Lazier

