Esclarecimentos sobre evas?o de membros da Igreja Metodista no Estado de Minas Gerais e Esp?rito Santo
Tenho acompanhado em ve?culos de comunica??o informa?es que envolvem a evas?o de membros de algumas igrejas metodistas nos Estados de Minas Gerais e Esp?rito Santo. Segundo estas informa?es a evas?o se deu em fun??o do ecumenismo com a Igreja Cat?lica, pois tal situa??o estaria trazendo muitos transtornos para o povo metodista destes dois Estados.
Lamentavelmente, esta informa??o n?o corresponde com a verdade dos fatos. Em maio de 2002 publiquei uma carta pastoral tratando do assunto e para dar esclarecimentos ? Igreja sobre as verdadeiras raz?es de cinco pastores deixarem, por livre e espont?nea vontade, a Igreja Metodista e fundarem suas pr?prias igrejas.
Estes pastores fundamentaram seu desligamento no ecumenismo, na ma?onaria e na itiner?ncia pastoral. Al?m destes motivos, questionavam o batismo infantil e o sistema de governo episcopal. Era certo tamb?m que os mesmos exerciam um minist?rio personalista, fato este que levou membros a seguirem-nos no desligamento da Igreja Metodista e na funda??o de novas igrejas. Muitos destes membros j? deixaram as igrejas que ajudaram fundar e se integraram em outras igrejas evang?licas. Alguns membros retornaram para a Igreja Metodista e alguns acabaram deixando de freq?entar qualquer igreja.
Estes atos causaram dor e desesperan?a. Alguns perseguiram aqueles que s?o metodistas convictos e desejaram permanecer na Igreja Metodista. Ainda hoje assediam membros de nossas igrejas metodistas, mesmo tendo firmado compromisso com o bispo de que n?o tomariam tal atitude.
Como pastor e bispo da Igreja Metodista na Quarta Regi?o Eclesi?stica (Minas Gerais e Esp?rito Santo), esclare?o aos irm?os e irm?s que os pastores que assim procederam, deixaram o minist?rio pastoral por livre e espont?nea vontade e, mesmo ap?s muito di?logo com o fim de demov?-los desta atitude de afastamento, n?o houve deles a disposi??o em permanecer e acatar os desafios mission?rios e pastorais que a Igreja Metodista lhes apresentava. N?o dispostos, recusaram a nomea??o pastoral entregando suas credenciais de pastor metodista.
Lamento que ainda impere a id?ia de que o ecumenismo foi o motivo para a evas?o de membros. Isto n?o ? verdade. O ecumenismo foi um dos motivos, mas n?o o principal. Lamento a informa??o sobre o n?mero de membros que deixaram a Igreja Metodista. Com toda certeza n?o chegou ao patamar que alguns afirmam. Lamento que esta id?ia anti-ecum?nica seja divulgada como sendo a de todos os membros, pastores e pastoras da Quarta Regi?o Eclesi?stica. N?o o ?, pois a grande maioria dos membros em nossas igrejas locais n?o participam destas preocupa?es. Reconhe?o que h? pessoas, leigos e cl?rigos, que fazem restri?es ao ecumenismo, sobretudo com a Igreja Cat?lica, mas isto n?o pode ser colocado de forma gen?rica, como alguns est?o fazendo.
Em que pese a evas?o de membros e as quest?es ecum?nicas apresentadas pelos dissidentes e pelos que veiculam estas id?ias, a Igreja Metodista na Quarta Regi?o n?o deixou de crescer, pelo contr?rio, as igrejas que sofreram evas?o est?o em pleno desenvolvimento, assim como as demais. As estat?sticas assinadas pelos pastores e pastoras evidenciam este fato e a motiva??o que encontro nas visitas que realizo ?s comunidades locais deixa claro que h? entre n?s um despertamento mission?rio saud?vel e frut?fero e, conseq?entemente, um crescimento equilibrado.
Aproveito tamb?m para lamentar o crescimento de id?ias estranhas, muitas delas oriundas do ?mbito dos movimentos neo-pentecostais, e que acabam sendo introduzidas em nosso meio. A Igreja Metodista ? pentecostal, no sentido de que ela ? movida pela a??o e pela din?mica do Esp?rito Santo de Deus. Mas ela n?o segue o curso dos modismos denominados de neopentecostais, que apresentam eclesiologias, pr?ticas ministeriais e a?es pastorais que n?o combinam com a identidade doutrin?ria e a confessionalidade que fundamentam a organiza??o da Igreja. Modismos que transformam o culto em uma busca desenfreada por b?n??os e experi?ncias emocionais ao inv?s de ser express?o de servi?o, de dedica??o e de adora??o a Deus ou movimentos como G-12 e suas varia?es, onde impera a promo??o de conceitos doutrin?rios diferenciados daqueles que s?o confessados pela Igreja e marginaliza as pessoas que n?o participam de seus encontros, s?o mal?ficos e divisionistas. Al?m destes, outras tend?ncias que surgem como ondas que v?m e v?o embora, mas que deixam marcas na vida daqueles/as que foram alcan?ados/as por tais pr?ticas.
Sobretudo, lamento que a Igreja acabe por perder seu sentido de la?s, povo de Deus que, sendo sal da terra e luz do mundo, deve influenciar a sociedade a fim de que o respeito, a paz, a solidariedade e a justi?a estejam presentes como sinais de que o Reino de Deus est? entre n?s.
Bispo Josu? Adam Lazier
Presidente da Quarta Regi?o Eclesi?stica
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