Ceia

O lugar da Comunh?o


 







  A igreja brasileira parece estar passando por um processo de transi??o. Secularismo, consumismo, utilitarismo religioso e fragmenta??o da identidade est?o atingindo valores antes tido como fundamentais na vida cotidiana dos crist?os.
At? o ato da Ceia do Senhor sofre essa crise. Tem deixado de ser um lugar de comunh?o, de f? e esperan?a para se tornar um ato corriqueiro e, como diz um amigo, "a ceia tem sido um lanchinho na igreja", e tem perdido seu car?ter de corpo e sangue do Senhor.


            O alimento de nossa vida espiritual tem sido somente mais um requisito do protocolo religioso. E sobre isso John Wesley adverte: "O simples fato de haver realizado o ato para nada aproveita; que n?o h? poder para salva??o sen?o no Esp?rito de Deus; n?o h? m?rito sen?o no sangue de Cristo" (BURTNER, Robert W. & CHILES, Robert E. Colet?nea da Teologia de Jo?o Wesley. Pg. 269).


            A Ceia do Senhor n?o pode ser visto somente como mais um ato religioso, praticado de forma mec?nica, pois como afirmou Jos? Carlos de Souza (Ceia do Senhor e Hospitalidade Eucar?stica, Uma perspectiva Metodista, in Revista Caminho. P 27)


"A Ceia do Senhor est? no cora??o da vida e da miss?o da igreja […] Eucaristia relaciona-se com a origem, o sentido e a raz?o de ser de nossa f?".


            Segundo o c?none Metodista "a Ceia do Senhor n?o ? somente um sinal do amor que os crist?os devem ter uns para com os outros, mas antes ? um sacramento da nossa reden??o pela morte de Cristo, de sorte que, para quem reta, dignamente e com f? o recebe, o p?o que partimos ? a participa??o do corpo de Cristo, como tamb?m o c?lice de b?n??o ? a participa??o do sangue de Cristo." Portanto para n?s metodistas, a Ceia n?o ? somente um memorial, mas um sacramento, um meio de gra?a. Wesley sempre instru?a seu povo que n?o tivesse os elementos como m?gicos, pois por si s? os elementos nada podem fazer.


            Segundo Souza, um dos primeiros sentidos que v?m ? mente de quem l? os textos neotestament?rios da institui??o da Ceia do Senhor, ? de que, nessa celebra??o se realize um memorial (anamnese) dos sofrimentos e da morte de Cristo. Mas como ele bem coloca, anamnese vai muito al?m da tradu??o de relembrar, recordar. O ato de a comunidade fazer a anamnese prop?e a ela tomar consci?ncia de si mesma como povo de Deus, renovar o compromisso com a manifesta??o do Reino no tempo presente. Antes de ser uma a??o da igreja, a Ceia ? ato do Senhor, por meio do qual Ele comunica sua Gra?a a toda humanidade, Cristo ? o verdadeiro celebrante que, na mesa Eucar?stica vem ao encontro de seu povo e o serve. Trata-se, pois de aut?ntico sacramento e do principal meio de Gra?a.


            A celebra??o da Ceia ? s?mbolo de comunh?o da comunidade com seu Senhor, e da pr?pria comunidade em si, ? onde todos est?o reunidos para comungar do p?o e do c?lice, do corpo e do sangue de Jesus, e com Ele nos fortalecemos para a missio Dei.


            A Ceia ? uma anamnese da obra salv?fica de Cristo. Ent?o, a comunidade celebra e adora em a??o de gra?as, bem como se compromete com a entrega de si mesmo ao servi?o de Deus e do pr?ximo. Encontramos a seguinte declara??o na Carta Pastoral do Col?gio Episcopal sobre a Ceia do Senhor: "Sabemos que os seres humanos constroem muros de separa??o. Nossa sociedade exclui da mesa ora os pobres, ora os negros, ora as mulheres, ora as crian?as. Num contexto de vida onde o alimento se torna motivo de ang?stia e sofrimento na mesa do povo brasileiro, entendemos ser fundamental que o sentido do repartir o p?o seja experi?ncia de partilha e solidariedade".


            Portanto, a pr?tica da Eucaristia vai muito al?m da simples pr?tica religiosa de se fazer um ato comemorativo. ? um ato de amor, paix?o e compaix?o, de celebra??o e servi?o. A Carta Pastoral nos diz que: "A Ceia do Senhor, al?m de denunciar as desigualdades e injusti?as, prop?e ? igreja e ao mundo que ambos sejam um grande altar de comunh?o, onde buscamos a Deus com nossa fraternidade, amor e justi?a".


            Julio de Santa Ana em seu livro P?o, Vinho e Amizade: Medita?es, diz que a Santa Ceia "surge como um ato que possui uma grande variedade de sentidos. ? comunh?o; ? lembran?a de liberta??o; ? compromisso com o Reino; ? express?o de uma comunidade militante; ? mist?rio da presen?a de Jesus Cristo naqueles que cr?em; ? motiva??o para a unidade […].


            Que nesse esp?rito de amor e compromisso possamos nos unir para celebrar, amar e servir ao Senhor, e com o Senhor, ap?s estarmos saciados de seu corpo e sangue, unidos na mesa da comum-uni?o apresentar o "j? e ainda n?o" do Reino ao mundo.


 


Edson Elias de Morais, Bacharel em Teologia – FTSA, Londrina, PR.


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