Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 31/10/2012

Expositor Cristão: Igreja Metodista parceira do Meio Ambiente

A Bíblia faz mais de mil referências ao planeta Terra. São textos que expressam a importância e a necessidade de cuidado desta imensa casa. “Ao Senhor pertence a Terra e o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”, exclama o Salmo 24. Diante deste texto, é simples compreender a missão dos/as cristãos/ãs como filhos/as de Deus. Se Ele é o dono de tudo no planeta, cabe a cada pessoa cuidar e zelar.
“Os salmos que reproduzem o culto, os cânticos, a poesia e a sabedoria do caminhar com Deus reconhecem que Ele é o criador e sustentador do universo. E nós, criaturas suas, responsáveis por sua criação, que anuncia seu domínio e poder”, explica o bispo Paulo Lockmann.
Cuidar do meio ambiente é um assunto cada vez mais frequente na mídia, escolas e também na igreja. Porém as ações ainda são isoladas. No caso da Igreja Metodista, poucas igrejas no Brasil desenvolvem um trabalho prático de preservação. Este cenário deve mudar nos próximos anos. No último Concílio Geral, em julho do ano passado, foi aprovado Plano Nacional Missionário que tem como uma das ênfases o envolvimento da igreja com ações ecológicas.
Logo depois da decisão, algumas iniciativas foram estimuladas pelo Brasil afora. Em São Paulo, as igrejas do distrito Central, foram desafiadas a começar atividades de educação ambiental com as crianças e a coleta seletiva. “Pelo menos cinco comunidades já possuem ações específicas neste sentido! Estamos fazendo missão! É o nosso testemunho para a sociedade”, comemora o Superintendente Distrital, rev. Luis Carlos Araújo.
Uma das comunidades que abraçaram o projeto em São Paulo, fica em Vila Prudente. A Igreja Metodista se tornou um pólo de recebimento de óleo de cozinha usado. Quem entrega na igreja, recebe duas barras de sabão como incentivo. Posteriormente o material é recolhido por uma ONG que produz sabão ecológico. Um único litro de óleo jogado no lixo comum pode contaminar centenas de litros de água.
“Começamos o recolhimento há dois meses! Tem sido uma experiência maravilhosa! Temos trabalhado o assunto como um cuidado com a criação. Os resultados são muito positivos”, conta a revda. Fabiana de Oliveira Ferreira. As igrejas na Moca, Vila Mariana, Catedral e no bairro Rudge Ramos também desenvolvem atividades de conscientização e reciclagem.
Educação
Metodistas na região norte do país também estão comprometidos/as com o meio ambiente. Em Ji-Paraná-RO, a Igreja Metodista desenvolve um projeto chamado Águas do Urupá. Crianças recebem informações e participam de atividades práticas para limpar as margens dos rios Machado e Urupá, além de distribuírem panfletos de conscientização para os ribeirinhos.
Os rios cortam a cidade de Ji-Paraná e alguns pontos apresentam sinais avançados de poluição. A Igreja Metodista também desenvolve trabalho de conscientização em comunidades indígenas próximas. “É uma atividade de extrema importância na região! Temos percebido um comprometimento cada vez mais por parte da população”, comenta a revda. Luciana ­Soares Rêgo.
Mobilização
No Rio de Janeiro um grupo de trabalho foi organizado para promover ações de conscientização junto às igrejas locais, por meio de eventos, palestras e ações ambientais. “Uma das atividades sugeridas é a abordagem de temas relacionados ao meio ambiente durante a Escola Dominical, para esclarecer a importância de utilizar os recursos naturais de forma eficiente, sem degradar a natureza”, diz a coordenadora diaconisa Deise Marques.
A Secretaria Regional de Ação Social da 1ª Região também desenvolve uma ação para recolhimento de óleo de cozinha usado, nas igrejas do Rio de Janeiro. Um contrato foi feito com uma empresa especializada para que o material tenha um destino adequado. “Nós somos mordomos da criação! Precisamos nos mobilizar em prol da preservação do meio ambiente. Não podemos mais ficar de braços cruzados”, afirma o coordenador do projeto, rev. Edvandro Machado.
Apoio
A Igreja Metodista em Itapoá-SC apóia um projeto que promove reciclagem a partir da pele de peixes. O material era jogado fora pelos pescadores e agora passa por um processo artesanal de curtimento (fabricação do couro) e serve de matéria prima para diversos produtos, como chaveiros, colares, brincos e muitas outras peças.
O Projeto tem o apoio de outras instituições e incentiva o trabalho associado de artesãos. “Além de representar uma oportunidade de geração de trabalho e renda, o projeto diminui o impacto ambiental causado pelo descarte das peles em ambiente natural”, conta o rev. Loimar Porcides Ferreira.
Em Betim-MG, a Igreja Metodista desenvolve um trabalho inovador. As crianças e adolescentes participam de um trabalho fotográfico. Há cinco anos eles/as tiram fotos das paisagens da cidade. “Quando comparam as fotografias, percebem que o verde está sumindo. Tem sido uma experiência maravilhosa e muitos/as já mudaram completamente o comportamento em relação ao meio ambiente”, comenta a coordenadora Onice Maria de Souza.
As fotos mostram degradação e uma mudança significativa na paisagem da cidade. Onde havia árvores e muito verde, agora está desmatado. Magda Lorraine de 15 anos e Viviane Estéfani, 16, notaram a diferença depois do projeto. “Nossos pais podiam pescar no riacho, agora não dá mais. Infelizmente, muitas mudanças foram pra pior”, comentam as adolescentes.
História
A preocupação com o meio ambiente acompanha a história da Igreja Metodista. João Wesley, fundador do movimento na Inglaterra, tinha grande interesse e fascínio pelas ciências e pelo mundo natural. O professor Ismael Forte Valentim da Universidade Metodista de Piracicaba – Uminep, argumenta que Wesley abordou o assunto no século 18, quando escreveu a obra Investigação sobre a Sabedoria de Deus na Criação.
“João Wesley, em sua reflexão ecológica, aponta para uma teologia da fé santificadora. Nela, o autor afirma a impossibilidade de um divórcio entre o cuidado com o meio ambiente e a prática cristã. Desenvolver uma visão crítica e consciente, compreender que somos parte da família da natureza, possibilita superar a ignorância e a indiferença que tornam as pessoas “estranhas” àquilo que as sustenta”, afirma o professor Ismael. 
Em 1982, a Igreja Metodista aprovou no Concílio Geral, o Plano para a Vida e Missão – um documento que estabelece a identidade, princípios históricos, doutrinários e missionários. O texto afirma que faz parte da missão dos metodistas a necessidade de “apoiar, incentivar e participar das iniciativas em defesa da preservação do meio ambiente” (Cânones 2012-2016, p. 102). n

A Bíblia faz mais de mil referências ao planeta Terra. São textos que expressam a importância e a necessidade de cuidado desta imensa casa. “Ao Senhor pertence a Terra e o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”, exclama o Salmo 24. Diante deste texto, é simples compreender a missão dos/as cristãos/ãs como filhos/as de Deus. Se Ele é o dono de tudo no planeta, cabe a cada pessoa cuidar e zelar.

“Os salmos que reproduzem o culto, os cânticos, a poesia e a sabedoria do caminhar com Deus reconhecem que Ele é o criador e sustentador do universo. E nós, criaturas suas, responsáveis por sua criação, que anuncia seu domínio e poder”, explica o bispo Paulo Lockmann.

Cuidar do meio ambiente é um assunto cada vez mais frequente na mídia, escolas e também na igreja. Porém as ações ainda são isoladas. No caso da Igreja Metodista, poucas igrejas no Brasil desenvolvem um trabalho prático de preservação. Este cenário deve mudar nos próximos anos. No último Concílio Geral, em julho do ano passado, foi aprovado Plano Nacional Missionário que tem como uma das ênfases o envolvimento da igreja com ações ecológicas.

Logo depois da decisão, algumas iniciativas foram estimuladas pelo Brasil afora. Em São Paulo, as igrejas do distrito Central, foram desafiadas a começar atividades de educação ambiental com as crianças e a coleta seletiva. “Pelo menos cinco comunidades já possuem ações específicas neste sentido! Estamos fazendo missão! É o nosso testemunho para a sociedade”, comemora o Superintendente Distrital, rev. Luis Carlos Araújo.

Uma das comunidades que abraçaram o projeto em São Paulo, fica em Vila Prudente. A Igreja Metodista se tornou um pólo de recebimento de óleo de cozinha usado. Quem entrega na igreja, recebe duas barras de sabão como incentivo. Posteriormente o material é recolhido por uma ONG que produz sabão ecológico. Um único litro de óleo jogado no lixo comum pode contaminar centenas de litros de água.

“Começamos o recolhimento há dois meses! Tem sido uma experiência maravilhosa! Temos trabalhado o assunto como um cuidado com a criação. Os resultados são muito positivos”, conta a revda. Fabiana de Oliveira Ferreira. As igrejas na Moca, Vila Mariana, Catedral e no bairro Rudge Ramos também desenvolvem atividades de conscientização e reciclagem.

Educação - Metodistas na região norte do país também estão comprometidos/as com o meio ambiente. Em Ji-Paraná-RO, a Igreja Metodista desenvolve um projeto chamado Águas do Urupá. Crianças recebem informações e participam de atividades práticas para limpar as margens dos rios Machado e Urupá, além de distribuírem panfletos de conscientização para os ribeirinhos.

Os rios cortam a cidade de Ji-Paraná e alguns pontos apresentam sinais avançados de poluição. A Igreja Metodista também desenvolve trabalho de conscientização em comunidades indígenas próximas. “É uma atividade de extrema importância na região! Temos percebido um comprometimento cada vez mais por parte da população”, comenta a revda. Luciana ­Soares Rêgo.

Mobilização - No Rio de Janeiro um grupo de trabalho foi organizado para promover ações de conscientização junto às igrejas locais, por meio de eventos, palestras e ações ambientais. “Uma das atividades sugeridas é a abordagem de temas relacionados ao meio ambiente durante a Escola Dominical, para esclarecer a importância de utilizar os recursos naturais de forma eficiente, sem degradar a natureza”, diz a coordenadora diaconisa Deise Marques.

A Secretaria Regional de Ação Social da 1ª Região também desenvolve uma ação para recolhimento de óleo de cozinha usado, nas igrejas do Rio de Janeiro. Um contrato foi feito com uma empresa especializada para que o material tenha um destino adequado. “Nós somos mordomos da criação! Precisamos nos mobilizar em prol da preservação do meio ambiente. Não podemos mais ficar de braços cruzados”, afirma o coordenador do projeto, rev. Edvandro Machado.

Apoio - A Igreja Metodista em Itapoá-SC apóia um projeto que promove reciclagem a partir da pele de peixes. O material era jogado fora pelos pescadores e agora passa por um processo artesanal de curtimento (fabricação do couro) e serve de matéria prima para diversos produtos, como chaveiros, colares, brincos e muitas outras peças.

O Projeto tem o apoio de outras instituições e incentiva o trabalho associado de artesãos. “Além de representar uma oportunidade de geração de trabalho e renda, o projeto diminui o impacto ambiental causado pelo descarte das peles em ambiente natural”, conta o rev. Loimar Porcides Ferreira.

Em Betim-MG, a Igreja Metodista desenvolve um trabalho inovador. As crianças e adolescentes participam de um trabalho fotográfico. Há cinco anos eles/as tiram fotos das paisagens da cidade. “Quando comparam as fotografias, percebem que o verde está sumindo. Tem sido uma experiência maravilhosa e muitos/as já mudaram completamente o comportamento em relação ao meio ambiente”, comenta a coordenadora Onice Maria de Souza.

As fotos mostram degradação e uma mudança significativa na paisagem da cidade. Onde havia árvores e muito verde, agora está desmatado. Magda Lorraine de 15 anos e Viviane Estéfani, 16, notaram a diferença depois do projeto. “Nossos pais podiam pescar no riacho, agora não dá mais. Infelizmente, muitas mudanças foram pra pior”, comentam as adolescentes.

História - A preocupação com o meio ambiente acompanha a história da Igreja Metodista. João Wesley, fundador do movimento na Inglaterra, tinha grande interesse e fascínio pelas ciências e pelo mundo natural. O professor Ismael Forte Valentim da Universidade Metodista de Piracicaba – Uminep, argumenta que Wesley abordou o assunto no século 18, quando escreveu a obra Investigação sobre a Sabedoria de Deus na Criação.

“João Wesley, em sua reflexão ecológica, aponta para uma teologia da fé santificadora. Nela, o autor afirma a impossibilidade de um divórcio entre o cuidado com o meio ambiente e a prática cristã. Desenvolver uma visão crítica e consciente, compreender que somos parte da família da natureza, possibilita superar a ignorância e a indiferença que tornam as pessoas “estranhas” àquilo que as sustenta”, afirma o professor Ismael. 

Em 1982, a Igreja Metodista aprovou no Concílio Geral, o Plano para a Vida e Missão – um documento que estabelece a identidade, princípios históricos, doutrinários e missionários. O texto afirma que faz parte da missão dos metodistas a necessidade de “apoiar, incentivar e participar das iniciativas em defesa da preservação do meio ambiente” (Cânones 2012-2016, p. 102).

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