Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

EECSN Roséte de Andrade

Escola Bíblica de Férias: muito além de papel e lápis de cor

É nos dias de Escola Bíblica de Férias que os templos metodistas ficam mais bonitos: os bancos ficam ocupados por crianças, os murais ganham desenhos coloridos e toda a Igreja parece rejuvenescer. Passada a programação especial, no entanto, será que o trabalho com crianças tem continuidade? O que fazer para que a evangelização de crianças não se limite aos dias de férias? E, afinal de contas, que conteúdos podem ser transmitidos em tão pouco tempo? São questões como essas que a coordenadora do Departamento Nacional de Trabalho com Crianças, Rosete de Andrade, discute com o Expositor Cristão:

As Escolas Bíblicas de Férias recebem tanto crianças "metodistas de berço" quanto aquelas que nunca entraram numa igreja. Como é possível fazer um trabalho educativo com públicos tão distintos?

Isso é possível a partir de um cuidado muito grande na elaboração de um material didático contextualizado e abrangente. O Departamento Nacional de Trabalho com Crianças tem proposto a cada biênio um tema que orienta a reflexão e integra a caminhada em todo o Brasil. A partir das crianças, a Igreja tem sido desafiada à reflexão de temas urgentes e atuais, promovendo o diálogo, orientando e posicionando-se. No último biênio com o tema "Todas as crianças são nossas crianças" a Igreja foi desafiada a olhar além dos seus muros e perceber e atender às crianças que precisam de seu afeto e serviço. Em 2005, a ênfase foi "Celebramos nossas diferenças", na perspectiva de não apenas reconhecer e respeitar as diferenças, mas celebrá-las. Neste ano, o tema que nos motiva e integra a nossa ação é"Superando a violência, construindo a paz". Queremos refletir com as crianças sobre nossas relações especialmente em casa e na escola. Perceber que cada um de nós participa da construção desses ambientes: com nossas palavras, ações e sentimentos podemos contribuir para a construção da paz ou para semear e fazer crescer a violência aonde vivemos.

De que maneira estes temas orientam as atividades desenvolvidas?

Os temas, definidos com a participação das coordenadoras do trabalho com crianças em cada Região Eclesiástica, são norteadores de todas as nossas ações: capacitações nacionais e regionais, produção de material (EBF, CDs, Histórias dos Aventureiros em Missão, atividades na página da Internet), encontros com pais, mães e familiares, Vigília Nacional pela Criança (em outubro), Encontros Regionais com Crianças, etc. A EBF é uma ferramenta importante para garantir a reflexão do tema anual com as crianças. Esses encontros, sempre descontraídos e divertidos, têm se mostrado, também, excelentes oportunidades para refletir com as crianças sobre os grandes desafios da atualidade.

Como é possível desenvolver uma boa EBF nos dias de hoje, quando as famílias e professores, de maneira geral, dispõem de tão pouco tempo durante a semana?

A EBF não pode contar apenas com o apoio dos professores de Escola Dominical. Toda a Igreja tem que estar envolvida nas atividades, mulheres, homens, jovens, juvenis. O fato de termos um material didático gratuito também ajuda bastante. Acaba de ser enviado às igrejas locais mais um caderno subsídio para Escola Bíblica de Férias (também disponível para download no site do Expositor Cristão).

Uma boa Escola Bíblica deve lotar os bancos das Igrejas?

Desde que a Igreja dê conta de atender depois... O ideal é se ter um número de crianças que a Igreja consiga atender depois da EBF, no dia-a-dia, por meio de visitas e acompanhamento das famílias. Afinal, a proposta da EBF é promover na igreja espaço de convivência e aprendizado para além da Escola Dominical. Nossa intenção enquanto igreja é contribuir para a formação de pessoas melhores e que, com certeza, estabelecerão relações pessoais mais saudáveis, baseadas no amor, respeito e diálogo. Meninas que saberão o seu valor e que poderão construir relações em condições de igualdade, tornando-se mulheres mais felizes e seguras; meninos que descobrem que são parceiros e não donos da verdade, companheiros e não chefes, resultando em cidadãos, maridos e pais mais responsáveis, sensíveis, participativos e solidários. Uma boa Escola Bíblica de Férias é a que caminha nessa direção.

Suzel Tunes


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