meio ambiente

O planeta j? est? sinalizando um futuro de perguntas existenciais



 


Estamos caminhando hoje, a passos largos, para um per?odo de grandes dificuldades para toda a humanidade. O clima no nosso planeta est? mudando radicalmente. A natureza repercute, de forma agressiva, aquilo que sofre. Como humanidade, provamos a Deus de forma inequ?voca que n?o temos condi?es de cuidar do planeta. Ainda que existam bons movimentos e boas pessoas fazendo a sua parte para a preserva??o da Terra, de forma geral o que presenciamos ? o caminho certo para um mundo bastante conturbado.


            Como conseq??ncia do que temos feito ? natureza, vemos a cada ano um n?mero crescente de calamidades. Mais terremotos, maremotos, chuvas, fogo. O n?mero de esp?cies que desaparecem por ano est? em franco crescimento. Na cadeia alimentar, algumas das esp?cies extintas s?o de extrema import?ncia e seu sumi?o tem gerado amplas repercuss?es.


A Nasa prev? que em 2012 n?o haver? gelo no p?lo norte no ver?o daquele hemisf?rio. E se todo aquele gelo derreter de fato, talvez tenhamos que, a exemplo da Holanda, construir diques no litoral, ou perderemos a famosa Av. Atl?ntica (entre outras praias). No Recife j? h? pr?dios cuja portaria que dava para o mar n?o pode mais ser usada sem que se molhem os p?s – na mar? alta, os joelhos.


            O plano de Deus, que O inclu?a na condu??o de nossas vidas, n?o era esse. Se a humanidade se pautasse pelos preceitos b?blicos a situa??o atual seria outra. A come?ar pelo texto de G?nesis que, mais do que um presente, ? tamb?m uma responsabilidade. Dominai, em Gn 1,28, n?o ? de forma alguma algo como "sujeitai aos seus caprichos". Indica o dom?nio, mas n?o autoriza o uso desenfreado e irrespons?vel.


            Outro ponto b?blico que, se seguido, nos teria colocado em melhor situa??o ? o mais simples, e o mais importante, dos mandamentos: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao pr?ximo como a ti mesmo". O mundo n?o aprendeu esta li??o e age mais ou menos como nesta est?ria: "Um grupo pessoas descia um rio num pequeno barco de madeira. Um homem, sentado na frente do barco cutuca seu fundo com um canivete. Se continuar, abrir? um buraco. Um passageiro, no meio do barco v? a cena e reclama pedindo ao primeiro que pare, e este responde que aquela ? sua parte do barco e que o amigo n?o tem nada a ver com isso". Com desamor ao pr?ximo, movidos pela gan?ncia e vontade do lucro, muitos fazem buracos "nas suas partes do barco" indiferentes ao fato de que todo barco afundar? junto. Os outros, incluindo a? os seus pr?prios netos, n?o lhe interessam muito. Importa ser feliz e abastado, ainda que o custo seja o outro. O outro n?o lhes pesa em nada. Eu acredito que alguns, mais abastados, j? est?o com seus coletes salva-vidas. Quando o barco afundar ficar?o na superf?cie enquanto muitos ir?o ao fundo.


            Neste cen?rio, penso que o mais importante que a Igreja pode fazer ? se preparar para o inevit?vel futuro que nos espera. No onze de setembro, com a queda das torres g?meas em Nova Iorque, houve um aumento significativo da procura por respostas de Deus e as igrejas ficaram cheias de pessoas e seus questionamentos existenciais. Acredito que haver? cada vez mais procura por respostas nas igrejas. ? ali precisamente que se espera encontrar as respostas para as quest?es ?ltimas da vida. Com certeza seremos assolados por perguntas do tipo "Onde est? Deus ?", ou "Como Deus deixou isto acontecer com minha filha/casa/vida ?" ou "Porque Deus n?o me avisou pelos profetas ?", questionando a aus?ncia ou "indiferen?a" de Deus. Perguntas que, repito, ser?o frequentemente lan?adas ?s portas das igrejas, aos crentes, aos fi?is. E a Igreja deve ter uma resposta clara para dar.


            A teologia da moda no Brasil n?o d? conta de responder estas perguntas. Sua base ? a de que todos os que dizimam e s?o fi?is ao Senhor est?o de baixo de suas asas e nada lhes acontece de mal, sendo todos os males enviados ou permitidos por Deus somente para os infi?is e impuros. Apregoa com veem?ncia uma vida de sucesso, seguran?a e riqueza para os servos do Senhor. Apresenta Deus como um grande guarda-chuva ou escudo protetor para tudo.


            Sei de experi?ncia pr?pria, tamb?m dos exemplos b?blicos e dos relatos de diversos e renomados crentes nestes 2000 anos passados que Deus n?o se amolda nesta imagem. Ao contr?rio do que ? dito ultimamente nesta moda, crentes passam sim por problemas, decep?es, situa?es inesperadas, doen?as e morte. E no que tange aos problemas atuais do nosso planeta, eles nos atingem e atingir?o a todos. N?o espere o crente fiel que, no alagamento da Av. Atl?ntica em 2012 – se acontecer – todos os pr?dios fiquem ilhados e o seu – somente o seu – fique seco. Isso pode acontecer – pois Deus ? o Deus dos imposs?veis – mas ? muito pouco prov?vel.


            Na onda deste movimento triunfalista muitos j? afundaram. Alguns se afundaram em d?vidas, pois acreditaram que dando muito no gazofil?cio muito receberiam em troca, deixando ali todo seu sal?rio num ato de pura barganha com Deus. Mas Deus n?o ? banco nem aplica??o banc?ria. Outros se afundaram em problemas, pois nada fizeram para resolver as quest?es que, acreditavam, seriam resolvidas por Deus. Deus n?o fica a resolver tudo o que a n?s aparece. Jesus disse: "tirai a pedra". Ressuscitou L?zaro, mas os homens fizeram sua parte. Outros se afundaram na f?. Uma crise de f? de quem acreditou naquilo que Deus n?o disse, ainda que alguns pastores tenham dito, e ficaram decepcionados com Deus. Mas isso ? assunto para outro texto…


            A Igreja Metodista precisa pensar e discutir logo a quest?o da suposta aus?ncia de Deus, frente a um futuro cada vez mais perto. E a discuss?o, penso, deve chegar antes que os problemas cheguem. O planeta j? est? sinalizando um futuro cheio de perguntas existenciais. Qual resposta daremos ? m?e de fam?lia que perde tudo, inclusive os filhos pequenos, inocentes, na enchente do rio que alaga toda uma cidade? E qual daremos ao filho que pergunta do pai, que foi morto em conflitos por alimento? Ou ao menino que pergunta sobre animais que n?o existem mais? O que lhes diremos teologicamente? Onde estava Deus? O que Ele fazia na ocasi?o que n?o protegeu os seus?


            Proponho que a Igreja Metodista pense a quest?o. E n?o se trata de dizer que a resposta est? neste ou naquele livro, ou documento episcopal. Isso n?o resolve da forma como penso. A Igreja poderia (mas acho que o certo seria "deveria") usar a escola dominical, grupos pequenos e outros meios mais pessoais e diretos, para levantar e discutir a quest?o o mais cedo. Falo em discutir porque tais perguntas – de profundo significado para os homens e mulheres em afli??o – n?o se respondem com textos impressos. H? muitos que precisam ser ouvidos. H? muito o que falar em nossas igrejas sobre tristezas e decep?es, onde infelizmente, pela moda atual, o crente n?o fala muito de fracassos ou incertezas e d?vidas pois pode parecer que o tal que fala n?o ? servo fiel, pois "o servo fiel nunca duvida", dizem. Mas quantos bons servos do Senhor na B?blia j? n?o passaram por d?vidas e incertezas…


            Fica a proposta: ouvir, explicar e discutir o tema premente: Onde est? Deus ? Para sermos "uma comunidade a servi?o" – como prega nosso tema – precisamos formar membros que saibam – e entendam – do conhecimento necess?rio para responder ao povo. As perguntas vir?o com certeza. Precisamos estar prontos.


 


Pr. Roberto Rocha, da Igreja Metodista do Vidigal, Rio de Janeiro.


e-mail: prrobertorocha@gmail.com


 


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