"… a verdade vos libertar?". (Jo.8:32)
![]() Cena de capoeira extra?da do site: www.quilombodospalmares.org.br. | Acredito que n?s, homens e mulheres afro-descendentes metodistas, sofremos de certo "banzo hist?rico reprimido", associado ?s condi?es e circunst?ncias que determinaram a vinda de nossos antepassados ao Brasil. H?, no rec?ndito de nosso consci?ncia coletiva, a mem?ria de que nossos av?s e bisav?s ao serem escravizados, sofreram um longo processo de desconstitui??o da sua condi??o humana, subjugando-os, marcando-os e contendo-os a ferros e a?oites. |
Esta dor na alma, que se prolongou por cerca de 400 anos (o mesmo tempo atribu?do ao cativeiro do povo hebreu no Egito), perpetuou a condi??o marginal e de miserabilidade de seus descendentes, praticamente em todos os lugares da di?spora africana, ainda que posterior ? extin??o deste per?odo.
Esta realidade, ainda hoje, ? perfeitamente percept?vel quando expressa em termos de indicadores sociais que, ao revelarem a qualidade de vida da popula??o, n?o conseguem esconder a cor e a etnia predominante na face dos brasileiros e das brasileiras mais empobrecidos. Paralelo similar, somente com a popula??o ind?gena.
Mais do que a triste heran?a de sermos os primeiros sem-terra e sem-teto, com o advento da aboli??o, ? a dor de sabermos que o sil?ncio e a nega??o desta realidade t?m sido instrumento ideol?gico de perpetua??o de nosso lugar social, e, em alguns casos, da nega??o de nossa negritude. Por isso, sob discurso da igualdade constitucional, as iniciativas compensat?rias – que minimamente oferecem possibilidades de resgate das condi?es hist?ricas determinantes da situa??o de empobrecimento e exclus?o social da imensa maioria da popula??o negra – sempre encontram resist?ncia da comunidade branca; aliada a uma minoria negra sem consci?ncia deste processo hist?rico de coopta??o e nega??o.
Tamb?m, ao longo do processo de escraviza??o, concorreu para a sua legitima??o pol?tica, ideol?gica e religiosa a diaboliza??o e reifica??o, a priori, das manifesta?es culturais e das formas de express?o religiosa africanas. Assim, os africanos feitos escravos foram tratados como oriundos de um continente no qual Deus os tivesse abandonado e esquecido; seres inferiores e destitu?dos da Gra?a que estava presente t?o somente nas culturas e na religi?o dos povos escravocratas, notadamente europeus. Este olhar obliterado, em rela??o ? identidade humana do africano, estabeleceu os princ?pios que fundamentam as concep?es de racismo e preconceito ?tnico ? escravid?o e ?s express?es culturais oriundas desta matriz.
Lembremo-nos da Gra?a Preveniente, que certamente agiu na vida do oficial et?ope da Rainha de Candace, a quem Felipe, movido pelo Esp?rito Santo, apresentou-lhe a Jesus.
Mesmo, no epis?dio de Paulo em Atenas, quando diante de tantas divindades adoradas no are?pago, o ap?stolo pode perceber a manifesta??o da Gra?a na figura cultural do "Deus desconhecido". Logo, nenhuma manifesta??o religiosa cultural pode ser, a priori, considerada santa ou pecadora, divina ou diab?lica. Todas as manifesta?es devem ser confrontadas com a mensagem do Reino, proposto por Cristo, pois a obra de Deus ? evidenciada nos frutos do Esp?rito.
H? um Palmares prof?tico, dentro de n?s, que anseia por uma terra onde a paz e a justi?a social, expressa na eq?idade, possam andar de m?os dadas. Onde um sorriso negro e um abra?o negro sejam raiz de liberdade e de comunh?o.
Assim, neste espa?o ministerial do Corpo Vivo de Cristo, chamado Igreja Metodista, somos desafiados e desafiadas a persistir em nossa luta contra todas as formas de discrimina??o, sem deixar de anunciar a toda e qualquer pessoas que, conhecer a verdade revelada em Cristo, ? encontrar a fonte da verdadeira liberta??o.
Bispo Luiz Verg?lio
Veja tamb?m:
Reflex?o: Rosa Parks, Martin Luther King e Barack Obama.
LITURGIA PARA CELEBRA??O do Dia da Consci?ncia Negra.
E ainda:
Uma mensagem a todos os membros de AFROKUT
Afrokut busca envolvimento das igrejas evang?licas
Quarta-feira, 19 de novembro de 2008 (ALC) – Internautas militantes de movimentos sociais estar?o conectados amanh?, das 16h ?s 18h, para conversar, compartilhar id?ias e interagir no Dia da Consci?ncia Negra, 20 de novembro, na sala virtual Afrokut de confer?ncia do MSN.
Organiza?es e igrejas integram-se na V Semana Nacional Evang?lica de Consci?ncia Negra (Senecon), que iniciou no dia 16 e se estender? at? o dia 30 de novembro, com palestras, debates, pain?is, semin?rios, caminhadas, celebra?es e shows. Um dos objetivos do Senecon ? de ampliar o envolvimento das igrejas evang?licas brasileiras na quest?o racial e negritude.
Para esta edi??o do Senecon, organizaram atividades as igrejas o Brasil para Cristo, do Evangelho Quadrangular, Batista, Assembl?ia de Deus, Presbiteriana do Brasil, Metodista, P?o da Vida. A Semana foi organizada pela Rede Afrokut.
Tamb?m amanh?, a Pra?a Ivete Vargas, em S?o Paulo, hospedar? o 90 Impacto Gospel da Zona Sul, com a participa??o de 13 bandas, cantores e cantoras. S?o esperadas 20 mil pessoas no evento, que come?a ?s 13h e vai at? ?s 20h30.
No s?bado, 22, a 1?. Regi?o da Igreja Metodista tratar? os temas Racismo e Viol?ncia, Racismo e Educa??o – verdades e mitos, e Conscientizar para Discipular, no templo de Inhoaiba.
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Ag?ncia Latino-Americana e Caribenha de Comunica??o (ALC) Edi??o em portugu?s: Rua Ernesto Silva, 83/301, 93042-740 – S?o Leopoldo – RS – Brasil Tel. (+55) 51 3592 0416
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