Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Texto do Plano Nacional Missionário encoraja, mobiliza e norteia as ações da Igreja Metodista

Colégio Episcopal e Cogeam - Coordenação Geral de Ação Missionária, entregam à Igreja Metodista o Plano Nacional Missionário (PNM). O documento foi aprovado por unanimidade no 19º Concílio Geral e apresenta a maneira como a Igreja irá trabalhar nos próximos cinco anos em todo o Brasil.

Uma das ênfases do texto é o zelo evagelizador. Há uma intenção clara em impulsionar os/as metodistas à proclamação do Evangelho. “Assim, a Igreja anuncia o Reino de Deus (Mc 1.15); é enviada ao encontro das multidões (Mt 9.35-38) manifesta o amor de Deus (Mt 25.31-46) em todos os momentos e proclama a santificação como experiência pessoal e atos concretos. É sal da terra e luz do mundo!”, instrui o documento na página 10.

No documento, a igreja lança as bases para mapear todos os municípios do território nacional sem a presença da Igreja Metodista. Os dados ajudarão no desenvolvimento de um projeto que aponte cidades estratégicas para a abertura de campos missionários. O banco de dados também dará subsídios para a criação de fundos missionários, por meio de parcerias.

O Plano Nacional Missionário deverá ser amplamente vivenciado pela igreja local na prática. Neste sentido, a Sede Nacional, a Universidade Metodista de São Paulo -Umesp e a Faculdade de Teologia da Igreja Metodista estão produzindo uma vídeo aula com o objetivo de motivar os metodistas a se comprometerem com a vida missionária planejando ações a partir das ênfases do Plano. Esta ênfase à divulgação foi uma das preocupações apresentadas pelos delegados/as no 19º Concílio Geral.

Carisma - O Bispo honorário da Igreja Metodista, Nelson Campos Leite, destaca a segunda ênfase do documento - revitalizar o carisma dos ministérios clérigo e leigo nos vários aspectos da missão. “Creio que esta é a alavanca fundamental. O fortalecimento do carisma pastoral e do leigo como sacerdócio universal para conseguir trazer vitalidade de dons e ministérios”, disse o Bispo.  O Colégio Episcopal irá elaborar uma carta pastoral sobre vocação e vai organizar um programa para reafirmar os votos pastorais dentro dessa ênfase.

Discipulado - A terceira ênfase é a promoção do discipulado na perspectiva da salvação, santificação e serviço. O pastor da Região Missionária da Amazônia e Coordenador da Câmara Nacional de Discipulado, Edson Cortásio Sardinha, afirma que a referência de discipulado da Igreja Metodista é baseada na graça redentora e santificadora de Jesus. “Nossa base está no ministério do Senhor Jesus e em sua relação com os apóstolos. A igreja também tem uma tradição muito clara: os irmãos Wesley e o movimento metodista no século XVIII”, recorda.

A pastora da 3ª Região Eclesiástica, Amélia Tavares, também julga positiva a forma como o discipulado foi abordado no PNM. “Nossa igreja tem falado muito sobre discipulado e produziu um excelente material, com embasamento bíblico e teológico, pois sem essa base, corre-se o risco da reprodução de um modelo divergente da herança metodista”, afirma, destacando ainda a separação do discipulado da Escola Dominical.

Identidade - Fortalecer a identidade, conexidade e unidade da Igreja é a quarta ênfase do Plano Nacional. O Bispo e Secretário Executivo do Colégio Episcopal, Stanley da Silva Moraes, reforça a questão como princípio do comprometimento e unidade da igreja. “Deus nos chama para o exercício de ministérios específicos no Brasil. À luz da doutrina metodista é preciso ter dentro do coração a identidade bem estabelecida, os mútuos comprometimentos (conexidade), alimentados pelo trabalho na visão de que a missão de Deus se cumpre junto com outras denominações (unidade)”, avalia o Bispo Stanley.

O Plano Nacional Missionário é enfático sobre esta temática: “É importante deixar claro quem é a Igreja Metodista e para que ela existe, isto é a nossa identidade. Tal definição deve ser, acima de tudo, conhecida da comunidade interna. Todas as pessas metodistas precisam saber, compreender, praticar e vivenciar essa lição, pois no momento atual temos uma explosão decomunidades ditas “igrejas”. E com todos os ventos de doutrina, corremos o risco de perder a configuração de nossa identidade e o sentido de nossa finalidade – a vocação para a qual fomos chamados/as” (PNM, p. 33-34).

Desafio urbano - A última ênfase do PNM trata de promover maior comprometimento e resposta da Igreja ao clamor do desafio urbano. Ou seja, a Igreja Metodista se posiciona para um maior envolvimento com a realidade das cidades. O pastor em Butantã, SP, Jonas Mendes Barreto, especialista no assunto argumenta que a igreja está se redescobrindo e assumindo sua vocação de uma maneira mais enfática. “Vamos passar naturalmente a adotar novas metodologias e ações contextualizadas para uma execução mais dinâmica. A igreja é desafiada a superar a estagnação, a timidez e a desorientação e procurar resposta sobre qual deve ser o modo de atuação diante do fenômeno urbano”.

O pastor Jonas apresenta também números importantes. Segundo o Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, cerca de 84% da população  moram na cidade e apenas 16% residem na zona rural. “Como se observa, não se trata de se fazer uma opção preferencial pelas cidades, mas somos desafiados a fazer esta escolha. Nesse sentido, esta questão é de fundamental importância para o avanço missionário e o crescimento integral de nossa igreja”, afirma.

Comunicação - O PNM aborda nove prioridades, dentre elas, a comunicação. O documento é enfático e aponta alguns desafios: “despertar a Igreja e estimulá-la a usar os meios de comunicação social (rádio, TV, jornais) em prol da missão, na disseminação da mensagem cristã na perspectiva metodista. Buscar a viabilidade de um programa de TV realizado pela Área Nacional” (PNM p.58).

A professora de Comunicação na Ação Pastoral na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista e membro em São Bernardo do Campo, SP, Magali do Nascimento Cunha, concorda que a igreja precisa investir mais nesta área. “As mídias estão aí acessíveis - algumas nem tanto como o rádio e a TV que dependem de concessões e são de mais alto custo - mas os impressos sempre foram valorizados pelas igrejas e agora a internet se revela ainda mais acessível e de baixo custo”, argumenta.

Magali afirma ainda que não se trata, apenas, de usar a mídia. É preciso avaliar com responsabilidade bíblica o que será divulgado. “As mídias hoje operam em torno do mercado e do consumo e as igrejas não podem fazer uso dos meios caindo nas armadilhas do mercado: colocar o conteúdo da fé como algo a ser ‘vendido’ e como objeto de lazer e entretenimento”.

Música - Missão e educação musical e artística também estão entre as prioridades do Plano. O pastor e coordenador do Departamento Nacional de Música e Arte (DNMArte), Edson Mudesto, reforça que é preciso fazer um resgate histótico para valorizar a tradição. “Entendo que a partir do contexto wesleyano a Igreja Metodista perdeu muito no que se refere à música. Somos de uma denominação onde a referência mundial são os hinos. O DNMArte tende a resgatar a tradição, a cultura”, disse.

A essência do novo texto do Plano Nacional Missionário foi mantida em relação às edições anteriores. Em linhas gerais, o documento direciona a Igreja Metodista aos caminhos da missão. Também abre novas perspectivas, entre elas, a visão de sustentabilidade e preocupação com o Meio Ambiente. Veja mais detalhes sobre o assunto no artigo exclusivo do Bispo Adriel de Souza Maia na página seguinte.

No portal nacional da Igreja Metodista, você pode ler na íntegra o Plano Nacional Missionário. A Secretária Executiva para a Vida e Missão da Igreja, Joana D’Arc Meireles, informa que o documento está à venda na Livraria da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista - Editeo  (011 4366-5012). “São cinco mil exemplares publicados. Alguns também serão entregues nos Concílios Regionais aos delegados/as”, anuncia a pastora.

Pr. José Geraldo Magalhães / Expositor Cristão out/2011


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