Por: M?rcio Divino de Oliveira
Jo 6.1-15
1 Depois disto partiu Jesus para o outro lado do mar da Galil?ia, tamb?m chamado de Tiber?ades. 2 E seguia-o uma grande multid?o, porque via os sinais que operava sobre os enfermos. 3 Subiu, pois, Jesus ao monte e sentou-se ali com seus disc?pulos. 4 Ora, a p?scoa, a festa dos judeus, estava pr?xima. 5 Ent?o Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multid?o vinha ter com ele, disse a Felipe: Onde compraremos p?o, para estes comerem? 6 Mas dizia isto para o experimentar; pois ele bem sabia o que ia fazer. 7 Respondeu-lhe Felipe: Duzentos den?rios de p?o n?o lhes bastam, para que cada um receba um pouco. 8 Ao que lhe disse um dos seus disc?pulos, Andr?, irm?o de Sim?o Pedro: 9 Est? aqui um rapaz que tem cinco p?es de cevada e dois peixinhos; mas que ? isto para tantos? 10 Disse Jesus: Fazei reclinar-se o povo. Ora, naquele lugar havia muita relva. Reclinaram-se a?, pois, os homens em n?mero de quase cinco mil. 11 Jesus, ent?o, tomou os p?es e, havendo dado gra?as, repartiu-os pelos que estavam reclinados; e de igual modo os peixes, quanto eles queriam.
O texto de Jo 6.1-15 ? famoso por mostrar o milagre da multiplica??o, isto ?, o modo como Jesus alimentou uma enorme multid?o com cinco p?es e dois peixinhos, oferecidos singelamente por um jovem rapaz, ou simplesmente um menino, pelo que se pode deduzir da express?o paidarion, nominativo neutro, que tanto pode ser traduzido por rapaz, pequena crian?a, menino ou menina. Tudo leva a crer que era uma pequena crian?a: menino.
Apesar, do milagre da multiplica??o ocupar a cena da narrativa b?blica, podemos evocar outras imagens, como por exemplo, o milagre da m?e. Como assim? Onde est? a m?e neste texto? Segundo meu estimado mestre de homil?tica, professor Luiz Carlos Ramos, a m?e aparece no texto no umbigo do menino. Sim, no umbigo! Segundo ele, o umbigo ? a principal parte do corpo humano que identifica nossa liga??o com a m?e. Desse modo, a m?e est? presente na narrativa atrav?s do umbigo do menino.
Para mim existem ainda outras evid?ncias da m?e no texto, a saber, os p?es e os peixinhos. Sim, os p?es e os peixinhos! Ditos de modo bem humorado, o lanchinho que a crian?a trazia consigo. No meu entender, essas s?o outras imagens claras da presen?a da m?e no texto.Afinal de contas, quem no lar se preocupa com a alimenta??o dos filhos/as sen?o as m?es? No mundo antigo n?o era diferente! O cuidado com a alimenta??o e o zelo pelas crian?as at? certa idade ficavam sob a responsabilidade das m?es.Assim, sou levado a ver a presen?a da m?e na narrativa b?blica atrav?s do lanche que o menino trazia.
Seguindo esta l?gica, podemos perceber no texto b?blico algumas importantes li?es e realidades sobre a experi?ncia do ser m?e, que diria, apontam para sua dimens?o miraculosa. Pensemos nelas:
I – A BEN??O DA MATERNIDADE
Est? aqui um rapaz que tem cinco p?es de cevada e dois peixinhos…(v.9)
A maternidade ? uma ben??o, um milagre de Deus. Estamos t?o acostumados a identificar certas realidades como naturais, devido seu aspecto rotineiro, que ?s vezes nem nos damos conta de sua transcend?ncia. A gravidez ? uma delas! Quantos fatores intervenientes n?o podem conter uma gravidez. Se em nossos dias com a medicina t?o avan?ada n?o conseguimos deter esses fatores, imagine no tempo de Jesus.
Por tudo isto, afirmamos que a m?e daquele menino foi uma privilegiada, pois num universo de mulheres que n?o podiam gerar uma crian?a, ela experimentou o milagre da maternidade: p?de ser m?e, ver seu filho vir ao mundo, chorar, sorrir, falar as primeiras palavrinhas, fazer brincadeirinhas, crescer, partir para uma jornada espiritual sobre a orienta??o do mestre Jesus.
Sim, aquela mulher era uma privilegiada, como privilegiadas s?o in?meras m?es em nossos dias que podem se alegrar tamb?m com o nascimento e desenvolvimento saud?vel de seus filhos/as. E sobretudo, v?-los seguindo os passos de Jesus, como o menino da narrativa b?blica.Que voc? mam?e possa ser grata a Deus diariamente pelo milagre da maternidade.
II – A PRECIOSA DEDICA??O MATERNA
Est? aqui um rapaz que tem cinco p?es de cevada e dois peixinhos… (v.9)
O verso acima nos permite deduzir ainda que a m?e daquela crian?a era uma m?e muito dedicada. ? o que evoca as imagens dos "p?es e peixinhos" de posse do menino. Luiz Carlos Ramos "lembra que o termo grego para "peixinho", a saber, opsarion, indica "um prato preparado com peixe, cozido e temperado com sal e condimentos. Isso quer dizer que o menino n?o tinha consigo peixes frescos, mas comida saborosa, cuidadosamente preparada".
Assim sendo, podemos deduzir que aquela m?e dedicou todo o seu esfor?o, afeto, carinho na prepara??o daquele saboroso lanche para seu filho. Afinal de contas, ele teria um dia dif?cil, de longa peregrina??o espiritual aos p?s do eminente rabino – Jesus – que os visitava naqueles dias – na regi?o de Tiber?ades. ?, por causa de sua preciosa dedica??o, seu filho n?o perdeu nenhum ponto da palestra.
Como aquela m?e, todos os dias milhares de mam?es esbo?am preciosos esfor?os na dedica??o de seus/suas filhos/as. Tem aquelas m?es que acordam bem cedinho para preparar o caf? da manh? para seus filhos, lev?-los ? escola e depois busc?-los, mas antes preparam suas comidas, e ainda encontram tempo para ensinar-lhes suas tarefas escolares. Outras, com filhos mais crescidos, com bastante amor, equilibram sua agenda profissional com os programas mirabolantes de seus filhos/as: visita a amigos/as, ida ao shopping, viagens de ?ltima hora, etc. H? ainda aquelas m?es hero?nas, que ? frente de seus lares, operam verdadeiros milagres para conseguir alimentar seus/suas filhos/as, dado a seu minguado sal?rio.Enfim, todas s?o m?es dedicadas, que n?o medem esfor?os para aben?oar seus filhos e filhas: fisicamente, emocionalmente e espiritualmente.
III – A AMPLITUDE DOS GESTOS MATERNOS
Jesus, ent?o, tomou os p?es e, havendo dado gra?as, repartiu-os pelos que estavam reclinados; e de igual modo os peixes, quanto eles queriam. 12 E quando estavam saciados, disse aos seus disc?pulos: Recolhei os peda?os que sobejaram, para que nada se perca. 13 Recolheram-nos, pois e encheram doze cestos de peda?os dos cinco p?es de cevada, que sobejaram aos que haviam comido. (11-13)
Aquela m?e, apesar do afeto e carinho que nutria pelo seu filho, talvez deva ter feito aquele lanche de uma forma despretensiosa. Ao prepar?-lo seu foco por certo estava apenas no alimento que este traria ao seu querido filhinho, que partia para uma jornada espiritual aos p?s do Mestre Galileu. Todavia, seu gesto singelo, sua dedica??o amorosa, alcan?ou propor?es incr?veis, inimagin?veis. Mostra-nos o texto que atrav?s daqueles alimentos – p?es e peixes – seu filho pode ser agente da gra?a de Deus: alimentar uma multid?o atrav?s de seu ato de gentileza, compaix?o, miseric?rdia.
A narrativa b?blica nos faz pensar na amplitude dos gestos maternos, no grande valor e efeito das a?es empreendidas diariamente por in?meras m?es, no mundo a fora, em favor de seus filhos/as.Muitas delas empreendem esses esfor?os mil sem pensar na magnitude de seus gestos, o que eles significam. Algumas at? pensam que n?o fazem mais que obriga?es. Todavia, s?o surpreendidas ao verem os resultados desses esfor?os plasmados na vida de seus filhos e seus efeitos na vida de outras pessoas.
Isso nos ensina, que os esfor?os empreendidos pelas m?es aos seus filhos, sobretudo os espirituais, n?o s?o em v?o. Cada um de seus gestos singelos, atitudes amorosas, cuidadosas, deixam marcas indel?veis na vida de seus/suas filhos/as e s?o capazes de promover-lhes b?n??os tremendas e ?s pessoas que os/as rodeiam. Que voc? mam?e possa dedicar in?meros esfor?os f?sicos, emocionais e espirituais em favor de seus filhos, pois eles permanecer?o presentes na vida deles mesmo depois que voc? n?o mais se encontrar ao seu lado.
CONCLUS?O
Certamente a m?e da crian?a da narrativa b?blica em destaque ficou profundamente emocionada, maravilhada, feliz ao ouvir de seus vizinhos, amigos e familiares o quanto seu filho foi instrumento de b?n??os na m?o do Senhor naquele dia da multiplica??o. Seu ato de generosidade propiciou o milagre de Deus, o alimento de muitas pessoas. Milagre este que s? foi poss?vel gra?as a dedica??o de sua m?e.Seu bom exemplo ensina a todas as m?es que aquilo que se faz aos/as filhos/as n?o ? em v?o.
Parab?ns mam?es pelo seu dia! Voc?s s?o bem-aventuradas pela d?diva da maternidade! Lembrem-se sempre: os cuidados dedicados em favor de seus filhos e filhas t?m valor eterno. Podem produzir milagres n?o apenas na vida de seus/suas filhos/as, mas tamb?m nas pessoas que o cercam. Deus seja louvado pelos milagres das m?es operado a cada manh?!
Refer?ncia Bibliogr?fica:
B?blia Sagrada
BORTOLINI. Jos?. Como ler o Evangelho de Jo?o. S?o Paulo: Paulus, 1994.
MCKENZIE, John L. Dicion?rio B?blico. S?o Paulo: Paulus, 2003.
RAMOS, Luiz Carlos. Umbigo de Crian?a. Site: http://www.luizcarlosramos.net/index.php .2007.
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Rev. M?rcio Divino de Oliveira
Pastor da Igreja Metodista em Mar?lia-SP/5? RE
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